Os pecados de cada um

Em conversa com um deputado, ele me listou alguns 'pecados da vida pública'.

Fonte: Guiame, Ed René KivitzAtualizado: sexta-feira, 17 de junho de 2016 às 20:06
Serpente e maçã. (Foto: Getty)
Serpente e maçã. (Foto: Getty)

Dia desses jantei com um Deputado Federal. Perguntei a ele quais seriam os sete pecados da vida pública. O que desqualifica um político, deputado?, quis saber. Ele mandou essa.

1. VENDER VOTO, a verdadeira essência da corrupção, pois implica votar contra a própria consciência, ou em detrimento do interesse público, em favor de conveniências ou benefícios particulares e de grupos que bem remuneram os votantes;

2. CEDER À PRESSÃO, ser pusilânime, não ter coragem de assumir posicionamentos autênticos, abrir mão de convicções em favor dos jogos de interesses, e também não aguentar levar pedradas por defender o que considera justo;

3. DESRESPEITAR A FRONTEIRA PÚBLICO/PRIVADO, misturar a pessoa física com a jurídica, usar verbas públicas para despesas pessoais, pagar contas familiares e particulares com dinheiro do povo;

4. USAR A FUNÇÃO PÚBLICA PARA BENEFÍCIO PESSOAL, usar o mandato como um negócio particular, transformar seu gabinete em um balcão de negócios, viver articulando meios de utilizar a máquina pública para enriquecimento próprio;

5. USAR PESSOAS, abusar do poder, olhar todo mundo de cima para baixo, deixar de se enxergar como servidor e acreditar que está lá para ser servido, manipular pessoas com promessas falsas;

6. ABUSAR DA FUNÇÃO, isto é, dar carteirada, o famoso “você sabe com quem está falando?”, achar que a função pública o coloca acima da lei ou das responsabilidades e dificuldades de qualquer cidadão;

7. SER DESLEAL, não manter a palavra empenhada.

Em seguida perguntei quantos políticos ele conhecia inocentes desses pecados, e ele, político experiente, disse que “a Câmara é o retrato da sociedade, e por essa razão é constituída em sua grande maioria por pessoas de bem”. Ao final do jantar me coloquei à disposição para o dia quando ele desejasse se confessar. Trocamos um sorriso discreto, um aperto de mão, e caímos na escuridão da noite, cada um voltando para sua casa.

*As opiniões aqui expressas são de exclusiva responsabilidade do autor do texto e não refletem necessariamente o posicionamento oficial do Portal Guiame.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições