O que eu penso sobre os jogos violentos?

Pra mim, a realidade, os amigos, a oração, a Palavra, a comunidade e o afeto familiar sempre nos manterão verdadeiramente "on-lines" na vida, independente dos jogos. Acho que esse é o ponto

Fonte: Guiame, Jean FrancescoAtualizado: quinta-feira, 30 de abril de 2015 às 14:45
Jogo violento
Jogo violento

Uma pesquisa feita na internet pelo Ibope constatou que 95% dos adolescentes que vivem em centros urbanos se dizem "viciados" em tecnologia. Ou, em outras palavras, eles estão afirmando que é quase impossível ser um jovem entre 12-25 anos e viver sem celular ou conectado à rede virtual.

Isso também não é muito diferente na relação de jovens com os Games. Uma pesquisa feita com adolescentes em Ontario, Canadá, concluiu que pouco mais da metade dos adolescentes entre 13-16 anos jogam ou já jogaram Games, principalmente os violentos. O grande lance da pesquisa foi descobrir que aqueles que gastam mais tempo jogando esse tipo de game (mais de 3 horas por dia) tem fortes tendências anti-sociais, isto é, tem dificuldades com os relacionamentos "reais".

No entanto, o estudo destaca que muitos adolescentes podem jogar esse tipo de jogo e não desenvolver nenhuma mudança de comportamento. A questão varia na qualidade dos relacionamentos e na quantidade de horas jogadas pelo adolescente/jovem. De fato, é quase um milagre passar mais de 3 horas por dia jogando games violentos e conseguir ter relacionamentos profundos.

Quando trazemos tudo isso para o universo cristão precisamos ser muito sábios. Alguns partem para o primeiro extremo de dizer: "jogar vídeo game é pecado, jogos violentos, pior ainda. É uma fábrica de monstros que sairão matando por aí!" Por outro lado, alguns suavizam muito a questão: "É só um jogo, não há problema nenhum, o mundo virtual não interfere muito na vida real, a violência só acontece nas telas e não na convivência do jogador".

Numa perspectiva bíblica, tudo o que fazemos deve ser pensado para a glória de Deus, inclusive nossa diversão. Curtir a vida de um jeito sábio sempre glorifica a Deus, e o vídeo game pode sim ser um entretenimento saudável. Porém, não apenas jogos violentos, qualquer jogo virtual para agradar a Deus e valer a pena deve acontecer dentro de 3 limites: 1. Tempo com Deus (devoção); 2. Tempo com pessoas (relacionamentos); 3. Tempo a sós (individualidade).

Alguns adolescentes cristãos abrem mão dos limites 1 e 2 para curtirem a vida apenas sozinhos, ou melhor, de mãos grudadas com o video-game. Isso só pode resultar em 2 problemas: 1. Espiritualidade superficial: a vida com Deus fica uma porcaria; 2. Socialização superficial: a vida com os amigos fica rasa, e em muitos casos, os jogadores ficam mais estressados do que contentes. O que era para dar alegria vira uma forte compulsão incontrolável de stress — e os jogadores nem percebem. Seja honesto: Você já experimentou alguns desse problemas? Conhece alguém que parece com essas características? Pare e pense.

Eu nunca curti muito jogos violentos, o que passou mais perto da minha experiência foi o "Counter Strike”, na minha adolescência. Particularmente, não vejo jogos assim como um problema, desde que os relacionamentos reais continuem sendo priorizados no lugar dos virtuais. A ordem nunca deve ser invertida: realidade —> virtualidade. Do contrário, sem dúvida alguma qualquer jogo, e num nível maior os violentos, podem influenciar negativamente e tornar os jogadores mais anti-sociais.

Pra mim, a realidade, os amigos, a oração, a Palavra, a comunidade e o afeto familiar sempre nos manterão verdadeiramente "on-lines" na vida, independente dos jogos. Acho que esse é o ponto. E reitero, se esses limites forem ignorados, certamente a prática de ficarmos "on-lines" nas redes ou nos games irão nos deixar profundamente "off-lines" na vida.

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