O espírito de caudilho está oprimindo a Igreja no Sul (Parte II)

A tradução da palavra conhecida entre os gaúchos, também pode ser interpretada como “filho desterrado” ou expulso de sua terra, sozinho.

Fonte: GuiameAtualizado: quarta-feira, 25 de junho de 2014 às 15:57
O espírito de caudilho está oprimindo a Igreja no Sul (Parte II)
O espírito de caudilho está oprimindo a Igreja no Sul (Parte II)

O espírito de caudilho está oprimindo a Igreja no Sul (Parte II)Este é a continuação do artigo (http://guiame.com.br/colunistas/joel-engel/o-espirito-de-caudilho-esta-oprimindo-igreja-no-sul.html#.U6rgq5RdWq8) sobre a opressão do espírito de caudilhismo operando na Igreja.

Vamos falar dos caudilhos e seus filhos ou herdeiros.

Alguns a denominam “maldição do caudilhismo” e os seus efeitos.

A tradução da palavra conhecida entre os gaúchos, também pode ser interpretada como “filho desterrado” ou expulso de sua terra, sozinho.

Na época das guerras e disputas pelos territórios no Sul, o gaúcho era conhecido por ser violento, macho, ter cara de mau, etc. Era normal dormir com as índias ou mestiças e engravida-las, porém, sem assumir a paternidade destas crianças.

Os filhos destes “caudilhos” eram assim denominados: “aquele ali é filho do fulano com a china tal”... era um filho órfão de pai vivo. Estes pais não assumiam a paternidade de seus filhos. Assim nasceram filhos revoltados. Já observei que muitos dos viciados, rebelados, bandidos, assassinos e os que são descontentes com sua sexualidade tiveram pais caudilhos.

Os pais que foram influenciados por esse espírito tratavam seus filhos com rigor, aspereza, sempre policiando, cobrando e reprimindo seus filhos. Batiam nos filhos e os proibiam de chorar. A criança reprimia o choro, suas emoções e também seus sonhos.

Assim na cultura gaúcha, vemos homens sérios carrancudos, que nunca brincam com seus pais. Foram criados para odiar, aprontar e matar.

Quando estes filhos cresciam, não viam à hora de sair de casa. Muitos levavam suas mães consigo. Mães solteiras que foram abusadas por um caudilho.

Pais e filhos divorciados trazem maldição sobre a terra (Malaquias 4). É por isso que chegam secas e miséria sobre este lugar onde aconteceram estas coisas. Esta terra tem milhares de filhos desterrados, deprimidos, revoltados por causa desta herança maldita. Esta terra precisa ser remida pelo sangue de Jesus.

Pai caudilhos
Cada um de nós que nasceu e viveu neste ambiente, tem um pouco desta influência do caudilho. Eu mesmo senti isso, cobrando demais dos meus filhos. É muito difícil para o gaúcho natural dizer “eu te amo” ou dar um beijo nos seus filhos. Esta forma de exercer a paternidade sufoca o filho, oprime, reprime e ele será um filho triste que não vê a hora de sair de casa e ir para longe dos pais que o trata assim.

O Filho reprimido tem duas maneiras de expor os sentimentos reprimidos pelos pais: a rebelião (crime) ou a depressão (drogas).

Amaldiçoado pelos pais
A maioria dos “pais caudilhos” já disse para seus filhos sentenças como: “Você não vai ser nada na vida” (o pior é que esta “profecia” acaba se cumprindo na vida de muitos filhos).

Estes filhos desterrados em geral odeiam seus pais. Daí vem a raiz de rebelião contra autoridades e a “troca” de sexo. Vem também a rejeição ao Deus Pai e a idolatria à mãe (no RS cresce o número de homossexuais).

A maldição do caudilhismo na igreja
Muitos lideres (pastores, líderes, discipuladores )incorporaram o perfil do caudilho.

Uma das principais características é a dos pais que não amam e não assumem seus filhos, desta forma eles são filhos órfãos de pais vivos (faça uma pesquisa em sua igreja e veja quantas pessoas se queixam disso).

Eles dominam sobre o rebanho com rigor e controle, exigem metas, cobram, acusam, amaldiçoam e sentenciam seus discípulos.

Sem culpar ou acusar ninguém, vamos identificar esse espírito agindo e vamos nos livrar dele.

Qual é o perfil das igrejas que sofrem desta influência (maldição dos caudilhos no Sul):

01- Igrejas frias
02- Igreja secas
03- Igrejas estéreis
04- Igrejas vazias
05- Igrejas envelhecidas
06- Igrejas com poucos jovens

Podemos notar que os líderes com a visão distorcida, não conseguem formar sucessores, não ensinam e não consagram líderes, com medo de “tomarem” o seu lugar.

O espírito de caudilho é um demônio que age nos líderes, oprimindo e matando os filhos espirituais que nascem na igreja. O caudilho não aceita que alguém cresça mais do que ele, mesmo que seja filho. Lembra de Herodes? que matou seus filhos por causa do trono, pensando que estes pudessem assumir seu lugar?

Assim o caudilho morre no trono, mas enquanto em vida não passa a ‘capa’ para seus filhos.

A diferença entre um caudilho e um profeta:

João Batista: “...convém que Ele cresça e eu diminua...”

Elias: ministrar o dobro ao seu discípulo.

Jesus: “...farão obras maiores do que Eu...”

O Rio Grande do Sul é o estado menos evangelizado do país. Cada ano que passa vemos diminuir o número de jovens buscando o ministério. Onde o caudilho governa haverá massacre de filhos.

Só para testar se isso ocorre na sua igreja ou denominação, reflita sobre algumas questões importantes:

A Igreja tem mais jovens ou membros antigos?

No passado havia mais jovens ingressando no ministério do que hoje?

Os filhos de pastores estão ingressando no ministério ou não querem seguir a vocação do pai?

A base desta minha “denúncia” foi um fato que aconteceu na minha cidade, há pouco tempo.

Um pastor que eu cito no Artigo anterior, foi humilhado e perseguido por seu líder que identificamos como alguém que tem características de um caudilho.

Quando o pastor perseguido me falou sobre o caso, eu até achei normal e pensei em dizer: “passa por cima, perseguição só nos faz crescer, etc”.

Porém quando ele me contou que o seu filho desistiu de ser um obreiro e queria desistir do ministério, eu me assustei. Isso é cruel... Eu já passei por isso. Nós temos estrutura para suportar uma perseguição, mas nossos filhos muitas vezes não conseguem suportar.

Este foi o motivo que coloquei neste artigo: a importância de “salvar” nossos filhos. Quero que sejam salvos os meus filhos e os filhos dos caudilhos perseguidores, pois os filhos não podem pagar pelo ministério deturpado dos seus pais.

Minha experiência
No início do meu ministério, enfrentei uma grande oposição, e perseguição que vinha dos inimigos de Cristo. Porém a maior oposição era dos próprios religiosos, que eram pastores, bispos e superintendentes.

O fato de ser perseguido pelos inimigos de Cristo nunca me incomodou... pelo contrário: até me estimulava. Tentaram me matar muitas vezes, me processaram, caluniaram, apedrejaram, mas isso é motivo de muita alegria para mim. Não vejo nenhum problema em ser perseguido.

Mas ser perseguido pelos próprios líderes é algo terrível. Isso está errado, pois esse é o trabalho do diabo e não de pastores. Isso é um câncer. Destrói o corpo de Cristo.

Eu viajava muito, evangelizando e abrindo pontos de pregações. Muitas vezes voltava para casa uma vez por semana. Sobrava pouco tempo para meu filho. O menino ouvia sobre a perseguição que eu sofria e com isto ficou traumatizado. Ele foi perdendo o ânimo e o entusiasmo pela Obra.

Um dia eu o ouvi dizer para a mãe dele (minha esposa): “Quando eu crescer não vou querer trabalhar na Igreja”. “Porque meu filho?”, perguntou a mãe. “Porque eu vejo o meu pai sofrendo nesta igreja. Meu pai deu tudo que tinha nesta igreja. Meu pai é um homem consagrado que vive nos montes orando e jejuando e os seus superiores vivem perseguindo-o. Se for como é com o meu pai, o que será comigo?”.

Fiquei muito preocupado ao saber que estas ações estavam “matando” a fé e o futuro ministério de meu filho.
Dilema

Passei a viver um grande dilema: continuo como está ou salvo meu filho deste sistema que mata profetas?
Sempre amei demais a Igreja. Sempre amei e respeitei meus líderes. Sempre tive temor e respeito pelos líderes / pastores. Nunca revidei e nem reclamei ou me rebelei contra nenhum daqueles que me perseguiam ou caluniavam... pelo contrário: sentia misericórdia, pois sabia do fim que eles teriam.

Mas o meu dilema era com o meu filho. Se eu continuasse naquele ambiente eu perderia meu filho. Mesmo assim meu filho se afastou da igreja e andou como filho pródigo durante a sua adolescência.

Foi muito duro pra mim. Eu estava ganhando milhares de almas, viajando com um ministério poderoso, mas perdendo meu filho. Mais tarde eu tive que parar com meu ministério por três anos para me dedicar a resgatar meu filho (e aqui vai um ensinamento a todos os líderes).

Efeito colateral na vida dos filhos do caudilho

O líder que me perseguiu tinha filhos maravilhosos. Um dia eu lhe procurei e disse: “amado, quero lhe pedir algo em favor de seus filhos. Não persiga os pastores. Não maltrate os homens de Deus, pois o que você faz para os servos de DEUS acaba atingindo seus filhos. É o efeito colateral da maldição. Faça aos outros o que você quer que seja feito para você. Esta é a lei e os profetas”.

Mas ele não me ouviu. Esse homem armou contra mim, fez tudo para me tirar da igreja e quis destruir meu ministério.

Um tempo depois ele perdeu sua igreja, foi acusado de crimes e foi excluído da denominação que fazíamos parte. Tudo o que ele queria fazer contra mim aconteceu com ele. E o pior: seus filhos sofreram com isso. Soube que um de seus filhos foi para a prisão. Chorei muito quando soube disso. Aquele menino era um ótimo garoto, ele seria um grande homem de Deus, se não fossem as maldades cometidas pelo seu pai. Mas a maldição do caudilho é terrível e infelizmente os filhos caíram em depressão e foram parar nas drogas.

Infelizmente é isso que tem acontecido com muitos filhos de pastores. Alguns não querem nem passar perto de uma igreja porque eles acompanham seus pais trabalharem a vida toda pela igreja e depois serem desonrados pelos seus superiores.

Ainda este mês ouvi outro filho de pastor passando pela mesma situação. Este é um jovem pastor, filho de pastor. Seu pai está na denominação a mais de trinta anos. O filho disse que não aguenta mais a pressão.
Voltando ao meu caso

Na igreja onde eu iniciei meu ministério, ganhei muitas almas que ainda estão lá. Muitos hoje são pastores. Alguns saíram para outros ministérios por causa da opressão “caudilhista” do líder. Um dos que eu ganhei para Jesus e ungi pastor está pregando pelo mundo e já abriu obras em dezenas de nações. Outros são pastores na cidade, em outras partes do país e pelas nações.

Todos estes pastores foram expurgados e estão fora daquela igreja por causa da opressão da liderança da época.
Porém aquela igreja, hoje tem poucos membros e está quase apagando. Uma igreja onde nasceram muitos filhos, mas não soube manter estes filhos, e fazer novos filhos. Este é o serviço que um líder opressor faz para o diabo e um desserviço para igreja.

Como está a fé de seus filhos? Fale com seus filhos hoje sobre isso.

Já identifiquei uma coisa: quando a igreja não honra seus pastores, os filhos dos pastores se afastam do ministério. Somos culpados disso. De abortar os profetas que estão nascendo dentro de nossos filhos. Se você é um pai caudilho, seu filho será oprimido e você não verá a renovação dentro do seu ministério.

No próximo artigo falaremos sobre a mudança que ocorre na Igreja pelo conhecimento (Palavra) e a ação do Espírito Santo, trazendo vida à Igreja, e saindo do julgo da servidão do caudilho.

"O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos". Oséias 4:6

Por Joel Engel

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