O espírito de caudilho está oprimindo a Igreja no Sul

Estou escrevendo este texto como um alerta a toda igreja. Apesar de estar acontecendo aqui no Sul, pode acontecer em qualquer região.

Fonte: GuiameAtualizado: segunda-feira, 16 de junho de 2014 às 19:51
O espirito de caudilho está oprimindo a Igreja no Sul
O espirito de caudilho está oprimindo a Igreja no Sul

Eu estava buscando a Deus por um reavivamento na minha terra no Sul, e perguntava ao SENHOR qual era o impedimento. Então o Senhor, me disse: “O espírito de caudilhismo é o impedimento”.

Convidei os pastores para fazer uma vigília e orar por isso. Em nossa primeira reunião se manifestou o espírito de caudilho. Um pastor me procurou e disse que foi proibido pelo seu "superior" de buscar a Deus. Participar de vigílias, ir ao monte, buscar por unção, ser um profeta estavam fora da realidade dele. E "se desobedecer o 'chefe' pode pegar as malas e ir embora. Aqui não tem presidente, nem supervisor que chegue a tempo. Aqui quem manda sou eu".

Segundo o pastor, o coronelismo é típico dos líderes de sua denominação. Porém eu lhe disse: "Procure teus líderes superiores, pois esse espírito caudilho é regional, surgiu na Guerra dos Farrapos e ainda opera aqui. Eu só vi isso acontecer aqui. Seu presidente, quando souber disso, com certeza vai exorcizar o espírito caudilhista da região".

Estou escrevendo este texto como um alerta a toda igreja. Apesar de estar acontecendo aqui no Sul, pode acontecer em qualquer região.

O espírito caudilho age às escondidas, impedindo o crescimento da igreja, especialmente quando um pastor é “promovido” a um cargo superior (bispo ou supervisor) sem ter méritos, mas sim por “camaradagem” do seus superiores. É aí que está o perigo deste espírito ditator entrar e fazer com que esse líder oprima seu líderados.

(...para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo."( Leia I Timóteo 3 :1 - 7).

Na primeira Escola Internacional que realizei no Sul, em Porto Alegre (RS), muitos líderes caudilhos “proibiram” seus pastores de participarem, dizendo que eram contra o mover do Espírito Santo. Eu me comuniquei com a líderança Nacional e os convidei para o evento, pois eu sei que eles não pensam assim. Recebemos o apoio nacional, ainda que a líderança estadual tenha sido contra. Assim percebemos que esse “espírito” é regional, pois age no Estado, fazendo com que a líderança estadual atue “em sentido contrário” ao pensamento de seu presidente nacional.

Identificamos aqui um espírito regional, estagnando a Igreja.

É hora de haver uma intervenção dos líderes maiores, para libertar os pastores da opressão!

Gostaria que todos os líderes de denominações conferissem se isso está acontecendo com sua igreja no Sul. Se estiver acontecendo, sua intervenção é necessária: Haverá um avivamento no Sul!

O caudilho é o líder de um grupo humano, que exerce o seu poder de maneira autoritária, ditatorial e opressora. Ele pode exercer o poder em todo um país ou apenas em uma região ou província (assemelhando-se ao coronelismo). É comum entre os caudilhos a tendência de se perpetuar no poder.

Exercem forte líderança autocrática e carismática. O caudilhismo sustenta-se por causa do culto à personalidade. No Brasil o termo é empregado pejorativamente, no sentido de que o político pretende se apossar do governo por um golpe de força e instalar um governo autoritário.

O gaúcho criou o caudilho: O Rio Grande do Sul é território do caudilho, pois foi aqui que surgiu o caudilhismo muito forte depois de 1889, após a proclamação da República.

Os caudilhos lutaram na Guerra dos Farrapos e tornaram-se conhecidos pelo banditismo heróico. O amor pela guerra era uma caracteristica dos caudilhos na Revolução de 1835.

Caudilhismo é o exercício do poder político caracterizado pelo agrupamento de uma comunidade em torno do caudilho. Este conceito surgiu na América Latina para designar líderes conservadores que assumiam o poder por meio de golpes de Estado e implantavam ditaduras personalistas. O sistema caudilhista favoreceu a implantação de ditaduras militares ao longo dos séculos XIX, como ocorreu na Argentina, Bolivia, Brasil, Haiti, Peru e Uruguai.

Exemplos de caudilhos: Perón; Franco; Trujillo; Pancho Villa; Hugo Chaves, etc.

Fora do contexto Latino-Americano, houve também caudilhos na África (como Idi Amin ) e na Europa (como o Almirante Horthy ). O General Francisco Franco, ditador da Espanha entre 1939 e 1975, era tratado oficialmente como Caudilho.

Características do caudilho: Ditador, orgulhoso, opressor, autoritário, sem misericórdia. Articulador, politiqueiro, revolucionário.

Atuação do caudilho
Em geral, utiliza como meios para obter essa dominação, o oportunismo político, militar ou religioso, meios econômicos especiais.

Medo e Terror
Coronelismo e Caudilhismo, ambos eram sistemas nos quais as palavras de órdem eram "ditadura" e "autoritarismo", muitas vezes exercidas através do terror.

Democracia X Caudilhismo
Já no final da década de 80, o caudilhismo deixou de ser um método de obtenção e manutenção do poder no Brasil pelos coronéis.

Com a chegada da democracia, o caudilhismo foi perdendo sua força. Porém o coronelismo perdura nos municípios e regiões mais afastadas no interior, promovendo ainda assassinatos e terrorismo entre a população menos favorecida.

Em 1988, com a promulgação da constituição Cidadã, o brasileiro passou a ter reconhecida sua cidadnia de forma mais plena. As denúncias de desmandos, corrupção, roubos e crimes de colarinho branco começaram a ser divulgadas pela mídia nacional e internacional.

Os detentores do poder econômico, os grandes oligarcas ou coronéis tornaram-se figuras com uma nova roupagem - são os "caciques".

De qualquer forma, independente da nomenclatura, estamos falando de homens que querem “dominar” sobre outros, através de estruturas politicas criadas pela humanidade.

Caudilhismo na Igreja
Apesar do ter desaparecido do sistema político do Brasil, este espírito maligno entrou e implantou na igreja o sistema do caudilhismo e o coronelismo.

Especialmente no Sul do Brasil dá para perceber a atuação deste espírito, agindo nos líderes de Regiões (bispos), que se transformam em caudilhos.

Muitos destes líderes “incorporaram” o perfil do “caudilho”, agindo exatamente como os tais agiam no passado.
O bispo ou superintendente é um cargo “vitalício” e ele não precisa ser eleito pelos pastores e nem demonstrar serviço para ocupa-lo, por isso alguns que não estão preparados para assumir a posição se sentem os “donos” da igreja e agem como “superiores”, oprimindo os pastores que estão debaixo de sua autoridade. Isso gera no líder um poder de quase um “deus”, de castigar, humilhar, transferir, rebaixar e até expulsar ou amaldiçoar. Estes líderes agem com um poder ditatorial sobre os pastores ou líderes abaixo deles, escravizando e oprimindo exatamente como os caudilhos no passado agiam na política.

O caudilho necessita sentir-se como o maioral em sua região. Se alguém crescer ou produzir mais do que ele, tem sua cabeça arrancada, ou é expulso da região.

Então o máximo que um pastor, obreiro ou evengelista pode crescer é até a estatura do "caudilho", que lídera a região ou estado. Se alguém reunir mais pessoas do que o caudilho ou se Deus o usar para operar milagres, o caudilho começa a maquinar um jeito de derrubar aquela pessoa.

Por esse motivo a Obra não cresce no Estado.

Os pastores “oprimidos” e debaixo desse controle não produzem, até porque se construírem uma grande obra, logo o caudilho vai tira-lo de lá e dar sua igreja para um de seus “capangas”.

Há muitos anos não vemos um trabalho de evangelismo em massa no Sul. Dificilmente há noticias de um batismo de grupos grandes de pessoas.

Lei do Caudilho: "Aqui mando eu"
Eles pretendem “dominar” até o Espirito Santo. Sua arrogância é demonstrada com a frase: "Aqui nem o presidente se mete, quem manda sou eu". Com o enfraquecimento do caudilho, os cidadãos do país têm a liberdade de ir e vir assegurada pela Constituição. Porím em regiões onde impera o caudilhismo é o superintendente ou o supervisor estadual que decide onde os pastores devem ir ou vir ou o que fazer.

Eles têm “leis próprias” e não obedecem nem seu presidente ou os estatutos de sua denominação. “Vale a sua Lei”.

Eles decidem quem prega no Estado e quem não prega nas igrejas. Aos pastores locais restou o direito de entrarem quietos e saírem calados. Qualquer coisa que disserem pode ser usada contra eles.

O líder caudilho exerce poder sobre os pastores através do “terror”, medo e ameaça. Nenhum pastor pode participar de congresso ou vigília sem a permissão do “caudilho”.

Os pastores e líderes sentem-se debaixo de um grande jugo, onde os caudilhos dominam. No passado já fui vitima de líderes caudilhos que me perseguiram e eles conseguiram “abafar” o mover de Deus que estava começando no Sul. O estado ficou estagnado até os dias de hoje. Na época eu teria motivos para processa-los, mas preferi me calar para não macular e não prejudicar a Igreja.

Hoje, uma nova geração se levanta com sede de Deus e começa a buscar a unção. Por causa desta nova geração, eu vou lutar contra esse espírito de caudilhismo.

Quero fazer este alerta aos homens de Deus, líderes ungidos: Este espírito caudilho está matando os novos pregadores que nascem dentro da igreja, está abafando o Espirito Santo e estagnando o crescimento da Igreja.

Basta fazer uma enquete e isso será confirmado. Se tiver hoje uma eleição com voto secreto para eleger seus líderes regionais creio que 90 % não seriam reeleitos.

Espero que Deus levante profetas como Moisés para tirar este povo da opressão. Se os líderes maiores, não tomarem medidas urgentes para “cortar” o poder destes caudilhos, então veremos um êxodo de milhares, saindo de debaixo deste jugo.

O assunto comentado acima não é pessoal. A estrutura adminstrativa que escolheu estes “moldes” citados deve repensar e pode mudar. Por exemplo, os pastores podem eleger os bispos ou supervisores regionais com votos secretos.

Creio que homens bem intencionados sentirão isso como alerta e, apesar de estar acontecendo em nossa região, não tomarão isto como algo pessoal.

Por Joel Engel

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