Internet, redes sociais e outras modernidades...

A escolha do site a ser acessado está no poder do internauta.

Fonte: Guiame, Luiz LeiteAtualizado: quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018 às 15:15
Internet e redes sociais. (Foto: fluentpr.co.uk)
Internet e redes sociais. (Foto: fluentpr.co.uk)

Quando a modernidade começou a se estabelecer de modo contundente a partir do séc XIX a humanidade, que não estava preparada para mudanças tão bruscas, teve que se adaptar, à toque de caixa, para assimilar o novo que, como dizia o poeta Belchior em sua canção épica, sempre vem.

Tabus centenários seriam reduzidos a pó na esteira de um furacão de novidades nunca antes vistas. O comportamento social passaria por modificações profundas. O famigerado banho, sim o banho, que por séculos, por recomendação médica devia ser evitado, agora passava a ser recomendado semanalmente… Alguns cometiam o excesso de tomar banho duas vezes por semana! Mulheres eram recomendadas a não lavar as partes íntimas pois comprometia a fertilidade!

O ambiente da medicina fervilhava com novidades. A ciência avançava. A “descoberta” do uso “medicinal” do tabaco pela comunidade “científica” recomendava o uso da droga como benéfico; profissionais da medicina emprestavam seu nome e reputação a campanhas de marketing que estimulavam os homens a fumarem… Estas, dentre tantas outras “descobertas”, às vezes nocivas, às vezes inócuas, enchiam os jornais de novidades a cada dia.

A tecnologia, por sua vez introduzia o novo de modo assustador. O navio a vapor, o trem, o automóvel, o avião, dentre outras invenções, eram vistas com reservas por muitos. Ouvia-se sermões acalorados condenando a invenção do avião pois, como criam muitos líderes de religião, a ousadia do homem “tentava o senhor Deus”, afinal o céu era para os pássaros, e não para os homens.

Algumas décadas mais tarde a televisão surgiria e seria resistida como um instrumento de satanás! Nos anos 80 surgiriam os primeiros PCs – os personal computers – e nos anos 90, a internet, maior revolução da informação desde a invenção da imprensa de Gutemberg. Este fenômeno recente – liberada no Brasil apenas em 1995 – ainda não foi devidamente assimilado pela primeira geração em seu contato com o novo.

Hoje ainda é comum ouvirmos no meio religioso, tradicionalmente conservador e, em certos aspectos reacionário, críticas à Internet, às redes sociais, como se tais coisas fossem crias do Demo... A Internet pode, sim, ser um ambiente maligno, nocivo, perigoso, dependendo do uso se faz dela. A título de exemplo, se a pessoa faz uso de seu carro de modo estúpido, pode vir a ter, ou causar, grandes e graves prejuízos. Há pessoas que revelam-se estúpidas ao volante... O carro, entretanto, nada tem a ver com tal estupidez!

De igual modo, a Internet é, em si, neutra. Certamente neste ponto eu serei contestado. Alguns insistiriam que não é neutra... É verdade que se oferece ali todo tipo de conteúdo. Ainda assim a escolha do site a ser acessado está no poder do internauta. O indivíduo pode perder-se no universo da pornografia, ou mergulhar no universo da teologia, da filosofia ou da poesia... Ao ver vídeos no Youtube uma pessoa pode ouvir palestras maravilhosas do TED, mensagens edificantes de pensadores seletos, ou perder horas assistindo vídeos sensacionalistas, de conteúdo questionável…

O mal uso da internet e das redes sociais por pessoas que buscam visibilidade do modo mais medíocre possível ou por aqueles que elegem sites fúteis para neles chafurdarem suas almas, não pode roubar o valor que tais ferramentas possuem! Enfim, a única coisa que pode fazer da Internet uma ferramenta estúpida, é o uso que os estúpidos fazem dela!

 

*O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

 

 

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