A Lição da Moedinha

A Lição da Moedinha

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:17

Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma dracma, não acende a candeia, e não varre a casa, buscando com diligência até encontrá-la? E, achando-a, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu havia perdido (Lc 15: 8, 9).

Jesus Cristo, o Mestre dos mestres, foi o maior pedagogo que já existiu, e, ainda hoje, seus ensinamentos servem de base para a escola da vida. Apesar de nunca ter tido formação acadêmica, Ele dominava como ninguém a arte de transmitir conhecimentos através de parábolas.

Minha admiração por seu modelo educativo se justifica no fato de eu ser pedagoga por formação, e, até hoje, não conheça nenhum outro método educacional tão eficaz quanto ao que Ele utilizou em Seu ministério terreno.

A palavra Pedagogia tem origem na Grécia antiga, paidós (criança) e agogé (condução). Literalmente “aquele que ensina a criança andando pelo caminho” (Dt 6: 7b). O termo pedagogo, como é patente, surgiu na Grécia Clássica. O significado etimológico é preceptor, mestre, guia, aquele que conduz; era o escravo que conduzia os meninos até o paedagogium .

A pedagogia de Jesus é a pedagogia do encontro, motivada pela lógica do amor. Falando ao povo, Jesus usava uma linguagem ao nível de seus ouvintes e aproveitava as situações da experiência de vida daquela gente: semeadores e sementes, grãos de mostarda, fermento na massa, tesouros, pedras preciosas e redes cheias de peixe são algumas das imagens usadas por Jesus para apresentar o Reino de Deus a um povo de agricultores, pescadores, negociantes, donas-de-casa...

Para o Mestre, não há hora e local marcados para transmitir sua mensagem. Aproveita as oportunidades que surgem: uma discussão entre os discípulos para saber quem é o mais importante (Mc 9,33-35); o questionamento sobre a validade ou não de pagar imposto a César; a esmola que uma pobre viúva deposita no tesouro do Templo (Lc 21,1-4)... e tantas outras situações  são ponto de partida para uma reflexão crítica sobre as leis, os costumes e a religiosidade do povo, com o objetivo de educá-lo na fé verdadeira e de prepará-lo para a tarefa da construção do Reino de Deus.

A parábola da dracma perdida foi utilizada pelo Mestre para ensinar aos publicanos e pecadores sobre valores do Reino de Deus. Aqueles que se consideravam homens experimentados na Lei, ou seja, fariseus e escribas, acharam  isso uma afronta, pois como poderia alguém que come e bebe com pecadores falar sobre coisas “sagradas”? Eles ignoravam o fato de que “o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido” (Mt 18: 11).

Jesus Cristo desejava ir além do óbvio da história narrada por Ele. A princípio pensamos apenas em termos da salvação da alma, da busca diligente pelos perdidos; mas Ele traz  também uma mensagem  implícita para aqueles que já fazem parte do Seu Reino.

Os ouvintes de Jesus sabiam que as jóias eram muito valiosas para aqueles povos, e o colar possuía um significado muito maior do que apenas adornar um pescoço.  E é isto de que trata a parábola da dracma perdida. Ela não era apenas uma moeda valiosa.

As mulheres judias tinham o costume de guardar dez dessas moedas para confeccionar um colar para o seu casamento. No caso da história, é possível que a mulher tivesse perdido justamente uma das dracmas de seu colar. Daí a sua preocupação em dar uma busca pela casa à procura da moeda perdida. Como poderia encontrar seu futuro marido faltando algo tão valioso?

O Senhor Jesus chama a Igreja de Sua noiva amada, que deve ser prudente e estar sempre prepara para encontrar-se com  Ele, “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5: 27).

Precisamos fazer uma grande “faxina” em nossa vida; varrer todo o sentimento ruim na alma e tirar todo entulho que nela está, pois ela “é a lâmpada do Senhor” (Pv 20: 27), e Deus quer vê-la brilhosa; reconhecer e abandonar pecados; buscar com diligência aquilo que nos falta para estarmos preparados para nos encontrarmos com o Noivo.

A alegria advinda dessa  limpeza irá contagiar a todos ao nosso redor e o Nome de Jesus será glorificado. Estaremos mais leves e dispostos a ouvir o Senhor, pois os entulhos que nos impediam  foram tirados.

Jesus Cristo disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Lc 12: 34). O que é precioso para você? Onde está o seu tesouro? Creio que se o perdesse iria diligentemente procurá-lo. Precisamos aprender  e aplicar em nossas vidas a lição da moedinha que o pedagogo Jesus nos ensinou. Ela fazia parte de algo muito importante que seria usado numa ocasião especial. A jóia precisa está completa!

Esta é a promessa do Senhor para o seu povo: “como o noivo se alegra com a noiva, assim se alegrará contigo o teu Deus” (Is 62: 5b).  Que estejamos todos preparados para esse encontro Real.

Mônica Valentim   é pedagoga, com expecialização em Orientação Educacional e Profissional; pós- graduada em Psicomotricidade. Possui especialização em Modificabilidade Cognitiva PEI- Nível I, Jerusalém, Israel. Bacharelanda em Teologia.

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