Tão significativo quanto o nascimento do indivíduo, a compreensão do conceito de relacionamento foi um momento crítico na jornada do ser humano, pois traduz a idéia ainda revolucionária de que o relacionamento regido por normas morais é a base de uma sociedade livre. A conquista da civilização em toda sua complexidade depende de grupos de indivíduos trabalhando juntos. Eu devo saber que posso contar com os outro se eles, por sua vez, devem ter a certeza de que podem contar comigo. Se esta condição não vem do domínio e do poder, ela depende exclusivamente da confiança. E a confiança depende de eu dar a minha palavra e mantê-la. Assim como Deus criou o mundo natural com palavras, nós criamos o mundo social com palavras – palavras sagradas; palavras que unem.
Esta é a a primeira ideia que marcará toda a história judaica: a idéia de um pacto (brit). Um pacto feito quando agentes livres, respeitando a liberdade alheia, unem-se em nome de uma promessa de trabalhar lado a lado, de serem leais um para com o outro, e de conseguirem juntos o que ninguém pode conseguir sozinho. Manter uma idéia como essa é o que se chama fidelidade (emuná).
O paradigma de um relacionamento com essas características é o casamento, que reúne em uma única instituição os impulsos e as preocupações mais básicas de toda a humanidade – sexo, afeto, amizade, amor, parceria, a geração de novas vidas e o cuidado com o vínculo e com o outro. O casamento é onde a moralidade começa, porque é o exemplo máximo do laço de confiança do qual dependem todos os relacionamentos sociais.
- Rabino Jonathan Sacks
via Ed René Kivitz
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