Em texto publicado na revista Ultimato 355, e agora disponível na Ultimato online, Carlos 'Catito' Grzybowski escreveu sobre a midiotização da família.
No início do artigo, ele conta sobre uma família que observou em um restaurante e o comportamento do pai, mãe e dois filhos que passaram a maior parte entretidos cada um em seu smartphone.
Com isso, Catito reflete no impacto que a mídia tem nos relacionamentos familiares. Um dos pontos abordados é a necessidade de publicar a todo o momento o que está fazendo.
"Creio que essa necessidade de tornar público cada detalhe da própria vida, tirando selfies a cada momento ou postando fotos do que está comendo, traz em si o desejo de se sentir amado. Afinal, se as pessoas 'curtem' o que estou fazendo, é porque elas gostam de mim. Um dos maiores desesperos das pessoas hoje em dia é serem bloqueadas por alguém de uma rede social, pois no fundo não se sentem mais amadas por aquela pessoa."
O autor também lembra que a necessidade de cada vez mais informação a respeito da vida de outras pessoas é uma fantasia. "A necessidade de informação vem da fantasia de que informação é sinônimo de poder. Em alguns âmbitos, como na política, essa premissa é verdadeira, mas, no cotidiano, ter muita informação, especialmente a superficial, não empodera ninguém, apenas leva facilmente ao estresse por sobrecarga mental. Definitivamente não precisamos saber tudo da vida de todos, antes o importante é saber menos e com mais qualidade da vida daqueles a quem realmente amamos."
Esse comportamento, segundo Grzybowski, "leva os membros da família a um ensimesmamento, um mundo paradoxalmente fechado aos que estão próximo e aberto ao público em geral".
Outra consequência citada pelo autor é a falta de um diálogo sério e profundo com um amigo que publica algo que aponte para uma má conduta, mesmo que eu possa curtir e comentar a postagem.
"De forma alguma sou contra a tecnologia, mas penso que a moderação em todas as coisas é padrão de saúde. Pais devem, desde cedo, estimular os filhos a um processo familiar interativo, suplantando seus cansaços diários e brincando com os filhos, e nesse brincar promover o diálogo. De igual forma, cônjuges devem aprender a 'relaxar' no acolhimento da intimidade com o outro e não diante da enxurrada de informações vazias dos eletrônicos. É preciso resistir à sedutora proposta midiática, que nos isola e egocentriza, aprendendo a usar a tecnologia com sabedoria e prudência, lembrando que o domínio próprio é fruto do Espírito Santo (Gl 5.22)", conclui Catito.
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