Estudo mostra que crianças de famílias religiosas são mais egoístas

No livro bíblico de Mateus, as palavras expressas por Jesus incentivam as pessoas a amar o próximo como a si mesmos. Mas na prática, é assim? Essa foi uma pergunta feita por Jean Decety, neurocientista da Universidade de Chicago, em um estudo publicado na revista Current Biology.

Para o projeto, Decety e seus colaboradores recrutaram 1.170 famílias e estudaram uma criança de cada casa, com idades entre 5 e 12 anos. Dentre as famílias voluntárias, 510 eram muçulmanas, 280 cristãs, 29 judias, 18 budistas e 5 hindus. Outras 323 se descreveram como não-religiosas e 3 eram agnósticas.

Ao questionar o envolvimento das famílias com as atividades religiosas, Decety descobriu que metade das crianças foram criadas em lares religiosos, e outra metade em famílias mais displicentes. 

Em outra etapa do estudo, as crianças foram presenteadas com uma coleção de 30 figurinhas com imagens atrativas, mas elas poderiam ficar com apenas dez delas. Depois de a criança ter feito sua seleção, o pesquisador alertou que não tinha dado tempo de fazer a brincadeira com todas as crianças, mas que elas poderiam ajudar, se quisessem, doando algumas de suas dez figurinhas para os colegas. 

As crianças tiveram alguns minutos para decidir se realmente doariam algumas figurinhas, em caso afirmativo, quantas. Os pesquisadores usaram o número de figurinhas entregues para avaliar a medida de generosidade.

O resultado mostrou que os filhos pais sem crença foram mais generosos do que os dos crentes. O primeiro grupo abriu mão de uma média de 4,1 figurinhas, já o segundo, deu 3,3. 

Uma análise mais aprofundada dos dois maiores grupos religiosos (muçulmanos e cristãos) não mostrou diferença estatística entre eles. Crianças muçulmanas doaram 3,2 adesivos, em média, enquanto as crianças cristãs entregaram 3,3. 

Este é apenas um estudo, e não pode ser replicado como uma conclusão absoluta. No entanto, é de se pensar. Você tem sido exemplo de generosidade para seus filhos?