Na última quarta-feira (26), o diretor de espetáculos, parques e eventos da Mauricio de Sousa Produções, Mauro Sousa confirmou que a Turma da Mônica ganhará um personagem homossexual. Segundo o filho do criador da revista em quadrinhos que há décadas conquistou o público infantil, a ideia é antiga e agora está em fase de criação.
"Há uns bons anos que a gente fala muito sobre a criação de diversos personagens e o personagem gay é um deles", contou Mauro em entrevista para a revista Marie Claire.
"É muito importante colocar que dentro dos valores da MSP está o respeito às diferenças, à diversidade, à amizade, ao amor. Há 60 anos é assim, e falar sobre personagem gay, para mim, é muito importante, assim como ter outros personagens com outras características", acrescentou.
O nome de Mauro ganhou algumas pautas em jornais quando seu pai publicou a foto de um jantar com ele e o namorado, Rafael Piccin. O diretor explicou que sabe que a criação do personagem receberá críticas.
"A cada surgimento de um personagem sempre há críticas, positivas e negativas, e para um pergonagem homossexual não acredito que será diferente", afirma.
Por enquanto, a equipe ainda estuda em qual núcleo o personagem será incluído.
"A gente não tem nenhuma característica dele, não sabemos em qual turma ele vai entrar porque lembrando que a Turma da Mônica não é só a clássica, a gente tem diversas turmas, como a Turma da Mônica Jovem, a Geração 12 que vai chegar agora, a Turma da Tina, tem os pais dos personagens... Pretendemos colocar esse personagem no melhor contexto, da maneira mais correta e respeitosa possível. Está em processo de criação, de aprendizagem e entendimento, será em breve", destacou.
Mauro contou que se viu como homossexual já aos 12 anos e aos 18 contou para a mãe e, depois, para o restante da família, de quem também recebeu apoio. O diretor confessou que a criação do novo personagem também tem inspiração em sua própria experiência homossexual.
"Eu estou lidando de uma maneira muito natural, sem querer forçar barra nem nada. Eu queria aproveitar que a minha orientação sexual foi exposta, de uma maneira extremamente natural e com meu consentimento, para realmente levantar essa questão. Eu quis me posicionar, fiquei feliz por isso", explicou. "Recebi muitas mensagens lindas e de apoio, outras não, mas estou fazendo isso para que a gente tenha essa discussão. Pretendo, sim, cada vez mais falar sobre isso".
Precoce
A exposição de temas como a homossexualidade a crianças é, segundo a psicóloga Marisa Lobo, um perigo que pode surtir efeitos prejudiciais à formação psíquica delas.
De acordo com Marisa, as crianças passam, em determinada idade, por um processo de descobertas e curiosidades, também relacionadas à sua sexualidade - seja ele oposto ou não - e é preciso cautela dos pais e educadores neste momento.
"As crianças estão no final da elaboração do 'Complexo de Édipo', por exemplo, onde a sexualidade infantil aflora no sentido de curiosidade. Não é uma curiosidade que envolve o sexo em si, mas descobertas do sexo oposto e eles descobrem muitas vezes o sexo oposto com curiosidades do mesmo sexo", disse ela, em entrevista anteriormente concedido ao Guiame. "Tudo é curiosidade da criança, que ainda não tem juízo de valor e uma moralidade definida. Então ela não sabe ainda o que está acontecendo com ela. Ela segue a natureza humana dela e os hormônios e a curiosidade, mas não está definido o que é a homossexualidade".
Insistência da classe LGBT
A psicóloga também alertou para uma militância LGBT, que tem se espalhado em diversos cenários infantis, justamente para influenciar as crianças a crescerem entendendo que a homossexualidade é tão comum quanto a heterossexualidade.
"O que eles querem é tornar a homossexualidade igual à heterossexualidade e nós sabemos que isso não é possível, até mesmo pelas diferenças que existem entre os sexos, biologicamente falando. E se você for levar em conta a teoria da evolução, então há a necessidade de um macho e de uma fêmea para a perpetuação da espécie e o instinto animal segue essa norma”, comentou.
"Por isso que eles falam que é ‘heteronormatividade’. Então, eu vejo como preocupação essa insistência em tornar o que pode ser apenas um conflito da criança, forçando ser algo igual a heterossexualidade. Não é igual, é diferente. Podemos respeitar as diferenças, mas não podemos mentir para as nossas crianças dizendo que é igual, porque o movimento feminista LGBT decidiu que a sociedade tem que aceitar dessa forma. Isso não é ciência, isso é imposição", finalizou.
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