Analista da Portas Abertas diz que Estado Islâmico se considera um ator que cumprirá profecias apocalípticas

"Elementos das profecias islâmicas dizem que um grande exército de estrangeiros virá do nordeste da Síria e batalhará com o exército islâmico na pequena cidade de Dabiq", explica Henriette Kats

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: terça-feira, 17 de março de 2015 às 19:48
Jihadistas do Estado Islâmico
Jihadistas do Estado Islâmico

"A vocês, povo da cruz, segurança será apenas um desejo, especialmente porque estão lutando contra nós e nós lutaremos contra vocês até que o mundo estabeleça seus encargos e Jesus, a paz esteja com ele, descerá, quebrando a cruz, matando os porcos e abolindo a jizya (imposto aos não muçulmanos). E no rio que vocês esconderam o corpo do sheik Osama Bin Laden, juro por Alá, nós misturaremos o sangue de vocês ao corpo dele.”

Essa frase em forte tom de ameaça aos cristãos foi dita por representante do Estado Islâmico em vídeo divulgado pelo grupo terrorista.

A perseguição dos jihadistas aos cristãos tem se espalhado na Síria e também no Iraque. Relatórios são diariamente atualizados com o número de sequestros, ataques e mortos vitimados pelo grupo extremista.

Henriette Kats, analista de perseguição da área de pesquisa da Portas Abertas Internacional, comenta as barbáries do Estado Islâmico e o fundamento que eles dão para suas ações, que são os textos islâmicos a respeito do apocalipse.

"Não importa o que você acredita sobre essas profecias, mas o Estado Islâmico não está apenas em busca de poder ou de uma matança aleatória, mas sim está seguindo rigorosamente uma ordem religiosa islâmica e considera-se um ator que cumprirá as profecias apocalípticas", explica.

A analista pondera o fato de o grupo crer ter uma agenda a ser cumprida. "Negar que o Estado Islâmico é inerentemente muçulmano e segue uma agenda religiosa, é arriscar uma falha para desenvolver uma estratégia eficaz para levantar-se contra ele."

“Elementos das profecias islâmicas dizem que um grande exército de estrangeiros virá do nordeste da Síria e batalhará com o exército islâmico na pequena cidade de Dabiq. O Estado Islâmico refere-se a esse exército estrangeiro como sendo o exército de 'Roma'. Alguns afirmam que é da Turquia e outros acreditam que é do ocidente e que o exército islâmico será vencedor. Após isso, o messias islâmico, o Mahdi, e o Jesus muçulmano virão e matarão todos os não muçulmanos", ensina Henriette.

Sobre o porquê de pessoas das vilas cristãs assírias serem alvo do grupo, Henriette diz que pode ser porque eles se juntaram à milícia do Curdistão contra o Estado Islâmico; ou que também pode ser uma questão militar, uma reação aos ganhos dos curdos no nordeste do país; ou porque o grupo jihadista pode precisar de uma nova frente já que está perdendo em outras áreas.

"De qualquer modo, toda guerra leva à batalha de Dabiq que promete ser a vitória final. Não resta dúvida de que os cristãos e outros não muçulmanos continuarão a ser o alvo principal nesse contexto", adianta a analista.


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