Contra xenofobia e racismo a haitianos, Bezerra Jr. cita migrações de Moisés e Jesus

“Quando acolhemos o estrangeiro, recebemos Jesus”, explica o parlamentar

Fonte: GuiameAtualizado: segunda-feira, 24 de agosto de 2015 às 18:00
Benjamin Bill e Carlos Alberto Bezerra
Benjamin Bill e Carlos Alberto Bezerra

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Carlos Bezerra Jr. participou na última segunda-feira, 17, de reunião em Nova Odessa, região de Campinas, com o prefeito da cidade, Benjamim Bill, para debater a situação dos haitianos recebidos no município, que tem sido alvo de racismo e pichações preconceituosas.

Pela segunda vez, o muro de um cemitério da região foi pichado com a mensagem ‘Back to Haiti’, que, traduzido quer dizer ‘Voltem para o Haiti’. Na primeira ocasião, uma suástica, símbolo do nazismo, foi desenhada ao lado da pichação.

“E inadmissível o preconceito e racismo que tem ocorrido em diversas partes de São Paulo. No início do mês, seis haitianos foram atacados na região central. Receberam tiros de chumbinho e três deles precisaram de cirurgia para retirar os projéteis do corpo”, conta Bezerra Jr.

“A agressão não gerou manifestos indignados, tampouco se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Fiquei bem preocupado porque o monstro da discriminação mostra que seus tentáculos não param de crescer. Ódio e racismo são duas de suas principais fontes de nutrientes”, explica.

“José foi a primeira vítima do tráfico de pessoas e, como imigrante, foi humilhado no Egito. Tanto Jesus quanto Moisés migraram - fugindo da violência e do genocídio - situação parecida com a vivenciada hoje por milhares de pessoas em muitos países como o caso dos haitianos no Brasil. Não há lugar para eles na estalagem e, pior ainda, nem no coração daqueles que um dia foram acolhidos pelo Senhor. Cristo disse que quando acolhemos o estrangeiro, o recebemos. ‘Quando eu era estrangeiro você me recebeu?’ Como respondemos a essa pergunta hoje?”, indaga o parlamentar.

"’Dá-me um coração igual ao teu’ deve ser a nossa oração neste período de tão grande insensibilidade. Que o Deus, cujo nome é Amor, nos dê um batismo de compaixão, para que sejamos sinais visíveis de seu Reino”, finaliza.

Muro pichado: Back to Haiti

 

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