Uma mulher cristã que procurava abrigo na Austrália por causa da perseguição religiosa na China foi obrigada a responder uma série de perguntas bíblicas "extraordinariamente difíceis" por um tribunal australiano. O objetivo era certificar se ela realmente era cristã através de seus conhecimentos bíblicos.
O interrogatório foi criticado pelo Tribunal Federal da Austrália, que constatou que o questionário parecia ter sido projetado para "tropeçar" a mulher. O Tribunal de Revisão de Refugiados irá reavaliar a decisão do tribunal de rejeitar a alegação da mulher.
"Qualquer observador poderia considerar que o propósito do tribunal em fazer as perguntas não foi determinar se a candidata realmente tinha uma crença cristã, mas em vez disso, foi expor sua ignorância", o tribunal decidiu.
A mulher solicitava um visto de refugiado, alegando que membros de sua família foram espancados, torturados e presos na China por pertencer a um grupo da igreja católica subterrânea.
Cerca de 30 milhões de pessoas frequentam igrejas aprovadas pelo governo na China, mas dezenas de milhões pertencem a grupos não registrados pelas autoridades, estando sujeitos a restrições e perseguição.
A mulher, que não foi identificada, disse que as autoridades chinesas acusaram membros de sua família de espalhar "crenças religiosas ilegais", e que seu irmão foi morto em 2011 depois de fugir de policiais que invadiram uma reunião secreta da igreja.
Questionário
Dentre as perguntas desenvolvidas pelo tribunal, estavam: “Quais foram as últimas instruções de Jesus aos Seus discípulos, antes de ser levado ao céu?”, “Qual foi o sinal visível que o Espírito Santo fez aos discípulos no dia do Pentecostes?", "Qual o nome do jardim em que Jesus foi preso?”, “Qual o nome do segundo livro do Antigo Testamento?".
Outras questões incluem: "O que os israelenses deveriam colocar nas portas de suas casas para se salvarem da última praga no Egito?", "Como Arão estava relacionado com Moisés?” e “Em que livro está escrito ‘como Jesus disse que devemos perdoar alguém’?".
Após o questionário, o tribunal decidiu que a mulher cometeu inúmeros erros e que "sua falta de conhecimento sobre o cristianismo demonstra que ela não é uma verdadeira cristã praticante".
Foi constatado que suas respostas corretas foram "ensaiadas e memorizadas" para tentar alcançar o estatuto de refugiado. Mas a decisão foi fortemente criticada pelo tribunal federal, que julgou o questionário tendencioso.
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