Cristãos se unem para conter avanço do Boko Haram na Nigéria

Grande parte da violência contra os cristãos e cidadãos em geral na Nigéria ocorreu no norte do país, mas algumas vozes da Igreja acreditam que o Boko Haram também possa atacar o sul, se perceber que os cristãos estão divididos.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sexta-feira, 4 de março de 2016 às 13:25
Mulheres nigerianas participam de vigília em janeiro de 2016, para clamar pelo resgate de 200 garotas sequestradas pelo Boko Haram (Foto: Afolabi Sotunde / Reuters)
Mulheres nigerianas participam de vigília em janeiro de 2016, para clamar pelo resgate de 200 garotas sequestradas pelo Boko Haram (Foto: Afolabi Sotunde / Reuters)

Os principais grupos cristãos na Nigéria, incluindo católicos, protestantes e pentecostais estão unindo forças como parte de uma campanha para combater o combater o avanço do terrorismo, promovido pelo grupo extremista Boko Haram.

Segundo o site internacional 'Gospel Herald' relatou, grande parte da violência contra os cristãos e cidadãos em geral na Nigéria ocorreu no norte do país, mas algumas vozes da Igreja - incluindo Samuel Dali, o presidente da Igreja dos Irmãos - acreditam que o Boko Haram também vai atacar o sul, se perceber que os cristãos estão divididos.

"Na maioria das vezes, os nossos irmãos do sul da Nigéria não estão conscientes sobre o que está acontecendo no norte da Nigéria", disse Dali.

"Queremos que as igrejas no sul e outras partes da Nigéria vejam que este terrorismo pode atingir não só para as igrejas no norte, mas todo o país, porque se isso que afeta os cristãos no norte da Nigéria, eventualmente, ele irá afetar o resto do mundo".

O Boko Haram matou pelo menos 4.000 cristãos em vários tiroteios, bombardeios e ataques a aldeia, somente no ano passado e tem investido na realização de ataques terroristas desde 2009. Os radicais islâmicos declararam especificamente que querem expulsar todos os cristãos do país, e têm se aliado ao Estado Islâmico - o grupo terrorista que está agindo fortemente no Iraque e na Síria.

As várias atrocidades - incluindo sequestros em massa de mulheres e crianças - foram documentadas por grupos de Direitos Humanos, enquanto os relatórios disseram que o terror generalizado também está forçando algumas crianças a pensar em suicídio.

"Eu testemunhei o choque das pessoas e sua descrença diante da devastação sofrida por suas comunidades. Vi o trauma nos olhos das crianças. A escala do sofrimento está muito além do que eu esperava encontrar. As pessoas que eu conheci merecem e necessitam de proteção urgente", disse Leila Zerrougui, enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Nigéria.

A campanha cristã unificada na Nigéria teria o objetivo de aumentar a conscientização sobre os ataques do Boko Haram, esperando que o resto do mundo volte seus olhos para um dos conflitos mais violentos dos últimos anos.

Os cristãos estão enfrentando ameaças de terrorismo islâmico não só por parte do Boko Haram, mas também de pastores Fulani (criadores de gado), que já mataram centenas de agricultores cristãos em disputas de terra, que levaram a uma investigação pelo presidente Muhammadu Buhari.

As perseguições tribais no estado de Benue, supostamente também obrigaram 7.000 moradores a fugirem de suas casas, com grupos de vigilância como o 'International Christian Concern' (ICC) apontando que grande parte da violência tem como alvo, os cristãos.

"O 'ICC' condena este despovoamento sistemático contínua da região, dentro da mais alta ordem da tragédia humana e atrocidades. Temendo que os cristãos enfrentem ameaça constante de incêndios, ataques com facões e armas de fogo, enquanto cada um desses ataques conta a mesma história trágica", disse o gerente regional do ICC para a África, Troy Augustine, disse em um comunicado.

"Não podemos permitir que a frequência e brutalidade intensificada continue contra os cristãos nesta região. Não podemos nos dessensibilizar com a perda humana real e com o sofrimento que eles experimentam", acrescentou.

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