Igrejas foram fechadas pelas autoridades de Aceh, na Indonésia, dias depois de terem sido incendiadas por uma multidão de extremistas muçulmanos, que convenceram o governo local após atos de protesto.
"Dez igrejas foram identificadas tendo as devidas autorizações e devem ser fechadas", anunciou Hambali Sinaga, o chefe do grupo islâmico Defenders Front.
A tensão religiosa tem se intensificado em Aceh, a única província da Indonésia, onde a Lei Sharia foi oficialmente apresentada e está cada vez mais sendo imposta sobre os não-muçulmanos.
O governo local alegou que têm discutido a questão com grupos cristãos e líderes religiosos no distrito de Aceh Singkil, onde as igrejas estão localizadas.
A comunidade cristã relatou que seis igrejas, que eram tecnicamente ilegais, foram fechadas devido à falta de licenças de construção.
"Todas as casas de culto, independentemente da religião, precisam estar em conformidade com as leis de Aceh", disse Bardan Sahidi, um membro do parlamento provincial.
Para uma igreja seja legal na Indonésia, desde 2006, oficiais da igreja devem fornecer assinaturas de 90 membros da congregação e ter, por escrito, o apoio de pelo menos 60 moradores e do chefe da aldeia.
O fechamento destas igrejas vem após o agravamento da violência na província. Na semana passada, duas igrejas foram incendiadas por grupos muçulmanos.
O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, condenou os ataques e apelou para que todas as partes acabem com a violência. "Pare a violência em Aceh Singkil. Qualquer ato de violência, quaisquer que sejam as razões por trás dele, para não mencionar se ela está relacionada à religião e à fé, vai matar a diversidade."
"Nós ainda estamos com medo de que um incidente possa ocorrer novamente se não tratarem a situação adequadamente", disse um membro da igreja. Cerca de 4 mil cristãos já deixaram a área por medo de mais violência.
Uma média de 1.300 policiais foram posicionados na área para proteger as igrejas e a população local.
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