Pelo menos 40 cristãos coptas foram mortos nos últimos três meses, em "ataques direcionados" no Egito e muitos outros estão sendo avisados de que eles "devem fugir ou morrerão", disse um importante bispo copta do país.
Anba Angaelos, bispo geral da Igreja Ortodoxa Copta no Reino Unido, emitiu um comunicado na última terça-feira (28), para denunciar a violência crescente que a comunidade cristã do Egito enfrentou nas últimas semanas.
Uma série de assassinatos de cristãos e ataques deliberados contra a comunidade copta foram registrados nas últimas semanas, alguns dos quais os militantes do Estado islâmico na Península do Sinai são suspeitos de terem cometido.
Angaelos disse que o número de cristãos que foram assassinados em recentes ataques somente dos últimos três meses à comunidade copta, é agora de 40.
"Eu tenho agora redigido esta declaração várias vezes ao longo das últimas semanas, querendo dizer algo sobre os ataques mortais sofridos por cristãos coptas, dirariamente no Egito. Mas sempre que eu faço, parece haver um novo araque e muitas vezes mais terrível que os anteriores", escreveu Angaelos em comunicado compartilhado com o site internacional 'Christian Post'. "Somente nos últimos três meses, 40 cristãos coptas foram assassinados em ataques direcionados no Egito".
"Desde o atentado terrorista de 11 de dezembro contra a Igreja Copta de São Pedro, no Cairo, que matou 29 mulheres e crianças principalmente, aos assassinatos de indivíduos em todo o país, desde então, o único denominador comum é que essas crianças inocentes, mulheres e os homens tiveram suas vidas brutal e tragicamente ceifadas por nenhuma outra razão, exceto pelo fato deles serem cristãos", disse Angaelos.
Apenas neste mês, pelo menos sete cristãos coptas foram assassinados na cidade costeira Al-Arish, na região do Sinai.
Como relatado anteriormente, um professor cristão foi baleado na cabeça, quando estava voltando do trabalho para sua casa, em Al-Arish. O crime foi cometido por dois extemistas islâmicos que estavam em uma moto.
Além disso, um homem cristão idoso foi morto a tiros, também em Al-Arish, enquanto seu filho de 45 anos foi queimado vivo por militantes muçulmanos.
Estes e outros crimes ocorreram paralelamente ao lançamento de um vídeo por uma filial do Estado Islâmico no Sinai, no qual os terroristas assumiam que os cristãos são a sua "presa favorita".
Em janeiro, pelo menos cinco cristãos coptas tiveram suas gargantas cortadas e foram mortos em um período de duas semanas.
O aumento da violência contra os cristãos no Egito forçou centenas de coptas a fugirem de suas casas na região norte do Sinai, por causa do medo de que eles ou seus familiares pudessem ser as próximas vítimas do extremismo islâmico.
Extremismo
Angaelos afirmou que os crimes contra os cristãos são "motivados religiosamente". Ele ressalta que, em muitos casos, os extremistas têm circulado panfletos em aldeias, com avisos que dizem aos cristãos: "Fujam ou morrerão".
"Eventos semelhantes ocorreram tragicamente com demasiada frequência nos últimos anos, e infelizmente não tem havido muito esforço do governo muita para evitar que eles voltem a ocorrer", acrescentou Angaelos.
Angaelos enfatizou ainda que, apesar de os coptas no Egito terem enfrentado perseguições e atrocidades, eles fizeram a sua parte em permanecer em paz e perdoar seus perseguidores.
"Depois da destruição de mais de 100 prédios de instituições cristãs e templos em agosto de 2013, o bombardeio de várias igrejas em todo o país na última década e o assassinato direcionado de clérigos, famílias, mulheres e crianças, exclusivamente por causa sua fé cristã, a comunidade e os indivíduos dentro dela permanecem não violentos", enfatizou.
De acordo com a Lista Anual da Missão Internacional da Portas Abertas para 2017, o Egito é a 21ª nação do mundo no rankoing de perseguição aos cristãos.
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