Extremistas islâmicos incendeiam casas de famílias cristãs, no Egito

Segundo testemunhas, um grupo de muçulmanos atacou uma comunidade cristã, enquanto famílias voltavam de um culto de oração, na cidade de Kom el-Loufy (Alto Egito).

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 18 de abril de 2017 às 11:50
Grupo de extremistas islâmicos. (Foto: BBC)
Grupo de extremistas islâmicos. (Foto: BBC)

Três casas foram incendiadas e oito cristãos ficaram feridos, quando uma multidão muçulmana atacou uma comunidade cristã na cidade de Kom el-Loufy, no Alto Egito. No momento do ataque, as famílias estavam voltando para casa depois de um encontro de oração.

De acordo com a International Christian Concern, testemunhas disseram que um grande grupo de muçulmanos radicais atacaram a comunidade cristã na quinta-feira passada - um dia antes da Sexta-Feira Santa - logo depois que os cristãos realizaram um culto de oração na casa de um morador da comunidade.

As testemunhas lembraram que o ataque ocorreu às 10 da manhã, após o encerramento do culto.

"Então, uma multidão de muçulmanos se reuniu e começou a atacar a nós e nossas casas", detalhou uma testemunha que não revelou seu nome. "Eles atiraram pedras contra nossas casas e incendiaram três residências de propriedade de cristãos, chamados Issa Saroufim, Marris Botros e seu pai, Faris Faris".

As testemunhas acrescentaram que uma mulher cristã quebrou seu braço, enquanto outra mulher teve sua perna quebrada e seis homens cristãos sofreram vários outros ferimentos.

"Pedimos às autoridades locais de segurança que nos concedessem autorização para realizar orações e eles concordaram", acrescentou a fonte. "Eles nos concederam uma autorização para realizar essas orações e as forças de segurança vieram para garantir a realização do culto".

Outra testemunha disse à ICC, que o ataque da última quinta-feira ocorreu diante dos olhos dos policiais.

"Todos esses ataques ocorreram apesar da presença da polícia na aldeia, hvia oito carros grandes da segurança central e mais de 15 carros da polícia", disseram as testemunhas. "Eu não sei por que até agora a polícia não prendeu ninguém que nos atacou".

O ataque à comunidade em Kom el-Loufy, que tem mais de 1.800 cristãos e não tem uma igreja local, ocorre apenas quatro dias depois que duas igrejas no norte do Egito foram atingidas por atendados suicidas, assumidos pelo Estado Islâmico, que matou 45 e feriu 126 no Domingo de Ramos.


Intolerância
Os cristãos de todo o Egito enfrentaram uma perseguição ainda maior no último ano.

Não só as igrejas de Alexandria e Tanta foram atacadas no domingo da semana passada, mas centenas de famílias cristãs na cidade de Al-Arish, no Sinai, foram forçadas a fugir em fevereiro, depois que sete cristãos na cidade foram assassinados em menos de um mês.

Além disso, o Estado islâmico reivindicou a responsabilidade por um atentado suicida contra a Igreja de São Pedro e São Paulo no Cairo, em dezembro de 2016, que matou 29 pessoas.

"Os ataques à comunidade cristã do Egito continuaram apesar do estado de emergência declarado pelo governo central", disse o gerente regional da ICC, William Stark, em um comunicado.

"O Egito deve fazer mais para proteger sua comunidade cristã ou então ataques como este e os bombardeios que assistimos naquele domingo continuarão", acrescentou.

Como relatado anteriormente, a falta de esforços para proteger a comunidade cristã do extremismo radical não é um problema exclusivo das forças de segurança do Alto Egito.

Os cristãos que fugiram do Sinai após a série de assassinatos em fevereiro, disseram a ativistas de direitos humanos que eles sentiam que as forças de segurança estavam "apáticas" quando se tratava de proteger a comunidade cristã da violência extremista.

De acordo com a atualização da lista anual da Missão Portas Abertas dos Estados Unidos, o Egito se classifica como a 21ª pior nação do mundo quando se trata de perseguição aos cristãos.

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