A maioria dos pais na Coreia do Norte não podem dizer aos filhos que são cristãos

Os desafios enfrentados entre as famílias cristãs são inúmeros, segundo uma desertora norte-coreana.

Fonte: Guiame, com informações de God ReportsAtualizado: quarta-feira, 20 de junho de 2018 às 14:04
Mãe e filho em Homestay Village, perto do Monte Chilbo, na Coreia do Norte. (Foto: Carl De Keyzer/Magnum Photos)
Mãe e filho em Homestay Village, perto do Monte Chilbo, na Coreia do Norte. (Foto: Carl De Keyzer/Magnum Photos)

Uma desertora norte-coreana que atualmente vive na Coreia do Sul, contou à organização Portas Abertas do Reino Unido sobre as dificuldades que os cristãos enfrentam no país para compartilhar o Evangelho entre sua própria família.

Quando Ki era criança na Coreia do Norte, seu pai chegou em casa chorando pela morte de seu irmão mais novo, que havia sido executado por causa de sua fé em Jesus Cristo. Vendo o luto de seu pai, Ki descobriu o grande segredo da família — a maioria de seus parentes eram cristãos.

Por causa das dificuldades de seu país, Ki fugiu para estudar na China, mas foi detida após atravessar a fronteira. "Eu fui pega por traficantes de seres humanos e vendida para um fazendeiro chinê. Ele não era tão ruim quanto a maioria dos homens chineses que compram mulheres norte-coreanas. Eu tive um filho com ele", ela relata.

A sogra de Ki, que morava junto com ela e seu marido chinês, passou a ter comportamentos "suspeitos". "Uma noite, decidi segui-la. Foi um longo caminho até ela chegar num tipo de reunião. Ela ficou muito surpresa em me ver, mas fui convidada para participar. Rapidamente descobri que era uma reunião cristã, o que me deixou desconfortável porque, no meu país, sempre fui contra o cristianismo. Minha curiosidade superou meu medo e decidi ficar. Eu realmente queria aprender mais sobre Deus", conta.

Ki continuou indo às reuniões com a sogra e aprofundou sua fé em Deus. Depois de algum tempo, ela iniciou uma travessia da fronteira para a Coreia do Norte para contar à sua família que ela havia se tornado cristã.

No entanto, Ki foi enviada à prisão por uma patrulha militar e enfrentou os dias mais difíceis de sua vida. Mas nos momentos de fraqueza, ela era sustentada por sua fé. "Algo foi despertado em meu coração que era impossível resistir, como um poder invisível. Eu senti isso toda vez que queria desistir. Esse poder era o próprio Deus. Ele estava comigo e não queria que eu desistisse".

Rumo à liberdade

Depois de alguns meses, os guardas da prisão descobriram a origem familiar de Ki e ela foi transferida para uma detenção mais próxima de sua cidade natal. "Tomei isso como um sinal de Deus para tentar fugir. Eu sabia que Ele me protegeria. Uma noite, os guardas estavam bêbados e não haviam trancado a porta do quartel. Eu escapei e atravessei o portão", ela lembra.

Após a fuga, Ki finalmente se reuniu com sua família norte-coreana. "Ficamos muito felizes de nos ver e, pela primeira vez, adoramos a Deus juntos como uma família. Mais tarde, também participei de pequenas reuniões de outras famílias cristãs", disse Ki.

Ki contou com a ajuda de algumas pessoas e voltou para a China em segurança. Hoje ela está na Coreia do Sul junto com seu marido e filho, que também se tornaram cristãos.

"Eu nunca vou esquecer a minha infância. Há muitos pais cristãos na Coreia do Norte que não podem compartilhar sua fé com seus filhos. Isso arrasa o meu coração. Eu também já fui uma vítima disso", conta Ki. "Mas graças a pessoas que oram, encontrei Deus no final. E graças às orações da minha sogra, também sobrevivi à prisão. Minha história de vida testifica do poder da oração".

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições