Mais de 300 cristãos já foram atacados por muçulmanos em campos de refugiados da Alemanha

O relatório produzido pela sucursal alemã da Missão Portas Abertas ainda aponta que as autoridades alemãs podem estar minimizando propositalmente tais incidentes, para evitar o "tabu" sobre a questão dos muçulmanos contra os refugiados cristãos.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 17 de maio de 2016 às 12:09
Mulheres caminham por um campo de refugiados, no distrito de Celle, Alemanha. (Foto: Reuters)
Mulheres caminham por um campo de refugiados, no distrito de Celle, Alemanha. (Foto: Reuters)

Mais de 300 cristãos já foram atacados fisicamente por muçulmanos em campos de refugiados na Alemanha, enquanto milhares de outros cristãos estão enfrentando perseguição de muitas maneiras diferentes nesses locais, segundo um relatório alertou. Em 2015, o Guiame já havia relatado uma denúncia feita pelo jornal alemão Die Walt de que cristãos estavam sofrendo ameaças em campos de refugiados do país.

O relatório escrito em alemão e intitulado "Os ataques de motivação religiosa contra os refugiados cristãos na Alemanha" foi produzido pela sucursal alemã de grupo de vigilância de perseguição religiosa da Portas Abertas e divulgado na semana passada.

O texto oficial adverte que as autoridades alemãs e a polícia podem estar minimizando propositalmente tais incidentes, para evitar o "tabu" sobre a questão dos muçulmanos contra os refugiados cristãos, tendo em mente as crescentes sentimentos anti-imigração no país.

O estudo da Missão Portas Abertas baseou-se nos depoimentos de 231 refugiados cristãos, coletados entre fevereiro e abril (2016). O relatório apontou que pelo menos 86 cristãos relataram terem sido agredidos fisicamente por refugiados muçulmanos ou até mesmo equipes de segurança do abrigo. Outros 70 cristãos teriam recebido ameaças de morte em razão de sua fé.

Mais uma quantidade de cristãos foi submetida a agressões que envolveram "socos, cuspes, empurrões e até mesmo abusos sexuais". Além disso, cerca de 75% dos entrevistados disseram que o assédio dos muçulmanos contra os cristãos um "problema frequente".

Bem mais de um milhão de refugiados foram recebidos pela Alemanha em 2015, com muitos deles, fugindo da guerra civil na Síria. Os cristãos estão entre os refugiados de maioria muçulmana, mas eles têm recebido geralmente pouca proteção e são forçados a viver ao lado dos muçulmanos, apesar de perigos relatados sobre esse convívio.

O relatório da Missão Portas Abertas destacou vários relatos de cristãos que descrevem os abusos e dificuldades que têm enfrentado.


Relatos
Uma testemunha disse: "Em nosso abrigo de refugiados, os seguranças não cumprem as regras. Toda manhã, às 5h somos acordados ao som do adhan [oração islâmica, repercutida geralmente em megafones nas cidades do Oriente Médio]. A situação está piorando. Quando você reclama, eles dizem que este é o direito dos muçulmanos. Além disso, eles nos insultam impunemente. No nosso abrigo, dois dos meus amigos receberam ameaças de morte. Os muçulmanos arrancaram o cordão com um crucifixo que ele carregava no pescoço. Nenhum de nós se atreve a usar mais uma cruz, de modo algum".

Só em 2015, a Alemanha recebeu mais de 1 milhão de refugiados. (Foto: Reuters)

A Missão Portas Abertas tem alertado a comunidade internacional sobre a urgência de oferecer mais ajuda aos refugiados minoritários e disse que é "alarmante" que as autoridades alemãs estejam fazendo tão pouco para proteger os cristãos.

"Apesar do aumento de relatórios da mídia sobre este problema, instituições de caridade, organizações de direitos humanos, líderes de igrejas e organizações cristãs, autoridades alemãs e os políticos quase nunca iniciam uma investigação", disse o grupo de fiscalização.

"Em vez disso, acreditamos que os incidentes sejam deliberadamente minimizados e até mesmo encobertos. Durante os depoimentos prestados de forma confidencial aos pesquisadores da Missão Portas Abertas, surgiu a informação de que, mesmo em delegacias de polícia, os ataques motivados por questões religiosas contra os refugiados cristãos não são documentados desta forma", acrescentou.

Tem havido um grande número de diferentes relatórios nos últimos meses documentando a perseguição aos cristãos em campos de refugiados muçulmanos dominado na Alemanha, além lado do relatório da Missão Portas Abertas. Em outubro de 2015, um recém-convertido ao cristianismo foi espancado por refugiados muçulmanos e quase morreu, antes que ele fosse salvo por outros migrantes, em um acampamento na região de Hamburgo-Eidelstedt.


Reino Unido
Líderes da Igreja da Inglaterra (anglicana) também advertiram que as políticas ocidentais nos campos de refugiados estariam ignorando que os cristãos precisam de proteção.

"À medida que nações, como o Reino Unido debatem sobre como lidar com a crise dos refugiados, o Arcebispo de Canterbury, disse que a política britânica seria aplicada com discriminação contra os cristãos. A política abrange aqueles que estão em acampamentos, mas muitos cristãos sofrem com atos de violência e intimidação. Por isso, têm se recusado a entrar em campos formais, que são em grande parte habitados por muçulmanos sunitas", disse a 'International Christian Concern' em um comunicado anterior.

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