Marcos Amado: "Estamos ensinando aos brasileiros a se defenderem dos muçulmanos, em vez de ensiná-los a amá-los"

Em entrevista, o pastor frisa que o futuro da relação Cristianismo e Islamismo depende dos cristãos

Fonte: Guiame, com informações da UltimatoAtualizado: segunda-feira, 14 de setembro de 2015 às 14:51
Pastor Marcos Amado
Pastor Marcos Amado

Muçulmanos

O drama dos refugiados está em alta na mídia e traz à tona tudo o que envolve a atuação situação, como a ação do Estado Islâmico e o problema entre Oriente e Ocidente.

Para tentar esclarecer melhor o problema, a Ultimato entrevistou o pastor Marcos Amado, um estudioso do tema e atual diretor do Movimento de Lausanne para América Latina.

Ele frisa que o momento em relação aos muçulmanos é preocupante, mas que o fenômeno do radicalismo islâmico não é de hoje. Sobre a relação entre os dois povos, Amado lembra que o Ocidente tem uma dívida histórica com o povo árabe. "Essa dívida envolve promessas não cumpridas e outras traições e manobras políticas que defendiam apenas o interesse do Ocidente."

"Podemos justificar a violência e radicalidade muçulmana? De forma alguma. Mas o Ocidente não pode se isentar do que está acontecendo, pois é fruto de sua própria política expansionista e colonizadora", completa.

Uma das perguntas feitas pela Ultimato ao pastor abordou a maneira como a Igreja brasileira enxerga e entende o islamismo. E ele fez questão de lembrar que eles são pessoas como nós, que necessitam da salvação em Jesus.

"À medida que viajo pelo Brasil, tenho a impressão de que a igreja evangélica brasileira vê o Islamismo e os muçulmanos de uma maneira muito bélica. Parece que em nossas pregações e em nossos centros de capacitação missionária, estamos ensinando aos brasileiros a se defenderem dos muçulmanos, em vez de ensiná-los a amá-los", pondera o pastor. "Estamos nos esquecendo que, apesar dos grupos radicais, os muçulmanos são pessoas como você e eu, que foram criados à imagem e semelhança de Deus. Se não formos até eles, eles não encontrarão a salvação em Cristo Jesus."

Ao invés de diálogo, Marcos Amado acredita que é necessário interação com o islamismo. "Essa interação deve ter como objetivo uma compreensão fiel, por parte do muçulmano, sobre quem é Jesus e o que ele fez por nós. Porém, como nos admoesta o Apóstolo Pedro, isso deve ser feito com “gentileza e respeito” (1 Pedro 3.15)."

Sobre o que pode acontecer na relação entre Islamismo e Cristianismo, o pastor exclama: "Depende de nós, cristãos". "Se mudarmos nossa compreensão sobre o Islã e o muçulmano, e passarmos a amá-los da mesma forma que Deus os ama, então muita coisa pode acontecer. Aliás, nos últimas duas décadas mais muçulmanos chegaram ao Senhor (inclusive, através de sonhos) do que durante todo o século passado."

 

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