Os ataques e a indiferença da sociedade: as duas faces da violência contra cristãos

A violência é chocante e choca também o pouco impacto que os atentados contra aqueles que professam e vivem sua fé tem na nossa sociedade.

Fonte: Guiame, Carlos Alberto Bezerra Jr.Atualizado: terça-feira, 20 de janeiro de 2015 às 19:09
Estabelecimento cristão, destruído / incendiado por fundamentalistas
Estabelecimento cristão, destruído / incendiado por fundamentalistas

Por que os assassinatos de cristãos não chocam as pessoas, não estimulam debates acalorados, não resultam em passeatas com líderes mundiais, não abrem discussões na imprensa?

Essa foto é de uma das 45 estabelecimentos cristãos destruídos por fundamentalistas que, segundo as notícias, protestavam contra o jornal Charlie Hebdo no Níger, país da África onde estão diversos missionários brasileiros.

As notícias dão conta de que dez pessoas morreram no tumulto. Segundo o Itamaraty, dois templos evangélicos, duas igrejas presbiterianas e uma escola onde trabalham brasileiros estão nessa conta macabra.

Os locais onde os brasileiros trabalhavam eram administrados pela ONG World Horizon, pela Igreja Presbiteriana Viva de Volta Redonda e a missão Casa Guerreiro de Deus.

A violência é chocante e choca também o pouco impacto que os atentados contra aqueles que professam e vivem sua fé tem na nossa sociedade.

Vi muita gente falando nas redes sociais que os assassinatos em Paris chocam mais que aqueles na África, inclusive a tragédia de proporções gigantescas na Nigéria. Não sei se é essa a questão.
Não há a mesma comoção, por exemplo, pelos judeus assassinados num mercado parisiense enquanto faziam as compras para o início do Shabat.

Talvez estejamos num mundo em que o contorcionismo para promover o debate absurdo sobre se os cartunistas do Charlie Hebdo mereciam ou não a morte seja mais importante para as pessoas que se posicionar pela justiça e pela liberdade, principalmente pela liberdade religiosa.

Os mesmos grupos fundamentalistas para quem a vida não é o valor maior estão dizimando cristãos apenas porque eles existem, simplesmente porque acreditam em viver sua fé ajudando outras pessoas em países necessitados.

Deixo aqui minha solidariedade às vítimas da tragédia, aos que perderam parentes e amigos e aos que viram destruído um trabalho de anos em favor de mais justiça social.

Que nós saibamos concentrar nossas forças, tempo, trabalho e orações na direção daquilo que realmente importa.

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