Países que perseguem a Igreja: como vivem os cristãos no Iêmen

Cristãos iemenitas enfrentam a guerra em curso, a crise humanitária vigente, pandemia por Covid-19 e ainda são excluídos e perseguidos.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: quinta-feira, 8 de abril de 2021 às 13:58
Para punir os cristãos iemenitas, até as meninas podem ser forçadas ao casamento com um muçulmano, já que não existe idade mínima para o matrimônio. (Foto: Portas Abertas)
Para punir os cristãos iemenitas, até as meninas podem ser forçadas ao casamento com um muçulmano, já que não existe idade mínima para o matrimônio. (Foto: Portas Abertas)

POPULAÇÃO: 30,2 milhões 
CRISTÃOS: Alguns milhares 
RELIGIÃO: Islamismo 
GOVERNO: Em transição 
LÍDER: Abd Rabbuh Mansur Hadi
POSIÇÃO: 7º na Lista Mundial da Perseguição

O Iêmen é um país árabe que já abrigou o Reino de Sabá. O cristianismo chegou por lá no quarto século, enquanto o judaísmo e o paganismo já estavam estabelecidos. Mas, o islamismo espalhou-se rapidamente a partir do século 7. 

Hoje, é praticamente impossível ser cristão e ter paz no Iêmen. Todos os iemenitas são considerados muçulmanos pelo Estado e deixar o islã é expressamente proibido. Manter a fé em Cristo em secreto é a única forma de evitar a perseguição. Os principais fatores para esse cenário de intolerância religiosa são a opressão islâmica, paranoia ditatorial e crime organizado.

Consequências para quem desobedece a lei

Deixar o islã é considerado um crime no Iêmen e os "fora-da-lei" podem pagar com a própria vida pela desobediência e desrespeito à Constituição. Mas, não são apenas as autoridades que perseguem os cristãos, há também os grupos extremistas islâmicos que agem com total violência.

As tribos também podem matar ou banir qualquer membro que se converta ao cristianismo. Mesmo assim, parece que os cristãos iemenitas não pensam em desistir de sua fé. “Nós, cristãos, carregamos uma esperança que nos ajuda com a certeza de que o amanhã será melhor e, pela vontade de nosso Senhor, passaremos por isso e por todas as ansiedades e medos que nos cercam”, disse Nasser, um cristão perseguido que vive na Península Arábica. 

Como vivem os cristãos iemenitas em meio à pandemia

Além da crise humanitária já vigente e da guerra em curso, a chegada da pandemia por Covid-19 afetou ainda mais todos os cidadãos. Porém, os cristãos são mais vulneráveis porque o auxílio emergencial é distribuído, principalmente, por organizações que usam líderes islâmicos e mesquitas locais.

Acredita-se que eles discriminam qualquer pessoa que não seja considerada um muçulmano devoto. Há relatos de cristãos iemenitas que foram recusados em hospitais e não tiveram nenhum tratamento à sua disposição.

Como as mulheres cristãs são perseguidas no Iêmen

As mulheres iemenitas têm poucos direitos e são monitoradas de perto, principalmente as cristãs ex-muçulmanas. Frequentemente, elas são mantidas longe de outras pessoas e, se a nova fé for descoberta, serão dadas como segunda ou terceira esposa a um muçulmano e mantidas como reféns no novo lar. 

O casamento forçado pode atingir até as meninas, pois não há idade mínima para o matrimônio. Além disso, a lei não reconhece o estupro conjugal como crime. Se uma mulher cristã for forçada a se divorciar de um muçulmano, é muito provável que ela perca a guarda dos filhos para o marido ou qualquer parente muçulmano. 

Como é a vida para os homens cristãos iemenitas

Homens mais jovens são mais vulneráveis à perseguição do que os mais velhos, por causa da hierarquia da sociedade. Meninos de 10 anos podem ser forçados a se juntar a milícias. Além disso, eles correm um risco maior do que as mulheres de serem mortos por causa da fé.

É comum que homens cristãos sejam sequestrados, torturados ou demitidos dos empregos. Eles também são mais propensos a serem presos pelas autoridades locais e geralmente enfrentam perseguição na vida pública, enquanto as mulheres são mais propensas a enfrentar perseguição na vida privada.  

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