Países que perseguem a Igreja: como vivem os cristãos no Tajiquistão

Ser cristão é algo difícil e perigoso para os tajiques, particularmente para aqueles que tentam evangelizar e fazer discípulos.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021 às 13:02
Cristãos no Tajiquistão enfrentam a perseguição dos governantes, dos familiares e da comunidade. (Foto: Portas Abertas)
Cristãos no Tajiquistão enfrentam a perseguição dos governantes, dos familiares e da comunidade. (Foto: Portas Abertas)

POPULAÇÃO: 9,4 milhões 
CRISTÃOS: 66,3 mil 
RELIGIÃO: Islamismo 
GOVERNO: República presidencialista 
LÍDER: Emomali Rahmon
POSIÇÃO: 33º na Lista Mundial da Perseguição

Tajiquistão é um país pouco conhecido e também pouco visitado. Raramente, ouve-se notícias vindas dessa nação, que é a quarta mais pobre de toda a Ásia e a mais precária de todas as ex-repúblicas soviéticas. 

O governo tajique ainda se preocupa muito em manter o controle e o poder. A identidade étnica está diretamente ligada ao islã. É por isso que os convertidos ao cristianismo carregam o peso da perseguição, vinda tanto do Estado quanto da família, amigos e comunidade.

Por lá, todas as atividades religiosas devem ser aprovadas pelo governo, e é comum que igrejas, particularmente as protestantes, sejam invadidas pelas autoridades. Igrejas e cristãos ortodoxos russos enfrentam menos pressão porque geralmente não tentam fazer contato ou evangelizar a população tajique. 

Formas de perseguição

No Tajiquistão destacam-se a paranoia ditatorial e a opressão islâmica. Seguidores de Cristo podem ser detidos se forem encontrados com Bíblias e qualquer tipo de literatura cristã. Nenhum material religioso que não seja aprovado pelas autoridades pode circular no país.

De tempos em tempos, policiais interrompem reuniões e interrogam os participantes. As autoridades locais podem impor, legalmente, multas por motivo de “encontros sem permissão”, “posse e impressão de material religioso sem permissão” ou “proselitismo”. 

A perseguição do Estado também inclui buscas, detenção, interrogatório, confisco e prisão, tudo isso com um mesmo objetivo: pressionar os cristãos e “mantê-los na linha”. 

Como vivem as mulheres cristãs tajiques

Culturalmente falando, as mulheres tajiques já são consideradas inferiores aos homens e devem obedecê-los. Por essa razão, não podem escolher a própria religião. Aquelas que se decidem pelo cristianismo serão perseguidas e correm risco de prisão, espancamento, rejeição, assédio e, se forem casadas, podem ser forçadas ao divórcio.

O governo do Tajiquistão proíbe o uso de roupas religiosas ou símbolos. Entre alguns grupos batistas e pentecostais, mulheres casadas tradicionalmente cobrem as cabeças com um véu. Esse véu é diferente do usado pelas mulheres muçulmanas, por isso há preocupação de que isso se torne uma causa de suspeita ou prisão. 

Dificuldades enfrentadas pelos homens

A pressão policial sobre os homens cristãos é muito maior porque eles ocupam papéis de liderança dentro da família e da igreja. Quando detidos pela polícia, sofrem abusos verbais e físicos, ameaças, espancamentos e pressão para se tornarem informantes entre outros cristãos. 

Nas mãos da família muçulmana, um cristão ex-muçulmano pode enfrentar violência física, humilhação, detenção domiciliar, rejeição e perda da herança. Para jovens estudantes cristãos que ainda precisam do apoio financeiro da família, a dependência pode ser o meio que os pais usam para impedir a conversão dos filhos à fé em Jesus. 

Quando o homem cristão perseguido lidera uma igreja ou qualquer atividade cristã que se destaque, toda a igreja é afetada, além da comunidade cristã que vive ao redor, conforme a Portas Abertas.

“No início do ano passado, minha igreja foi atacada por pessoas más e o prédio da igreja foi confiscado pelo tribunal. Nossa igreja está se reunindo dentro de um contêiner de 40 toneladas. Oramos por um novo prédio para nós”, disse o pastor Bahrom, cristão perseguido na Ásia Central.

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