Partido Comunista estabelece ‘metas’ para policiais prenderem cristãos na China

O governo chinês emitiu um comunicado que irá avaliar o desempenho da polícia nas cidades, conferindo se atingiram a meta de prisões de cristãos.

Fonte: Guiame, com informações da Missão Portas Abertas (EUA)Atualizado: quinta-feira, 20 de dezembro de 2018 às 13:13
Policiais interrogam um homem na Praça Tiananmen, em Pequim. (Foto: Greg Baker/Agence France-Presse — Getty Images)
Policiais interrogam um homem na Praça Tiananmen, em Pequim. (Foto: Greg Baker/Agence France-Presse — Getty Images)

Na China, há agora uma avaliação do Partido Comunista sobre a quantidade de cristãos presos e até mesmo uma meta a ser atingida. A medida é parte da repressão generalizada e intensificada contra as igrejas no país.

A revista sobre liberdade religiosa ‘Bitter Winter’ está relatando que as delegacias de polícia na principal cidade portuária de Dalian (com uma população de 6,6 milhões) no nordeste da China estão sendo avaliadas com base no número de cristãos que que são presos em suas regiões.

Um policial de Dalian, a segunda maior cidade da província de Liaoning, perto da fronteira com a Coreia do Norte, disse à revista que sua estação recebeu uma notificação da Secretaria de Segurança Nacional que, como parte de um plano de avaliação de desempenho, definiu como muitos cristãos teriam que prender. O oficial disse que todas as estações da cidade receberam um plano semelhante, avaliando o desempenho da estação com um sistema de avaliação de 100 pontos.

Policiais de alto posto correm o risco de perder o emprego se as metas não forem cumpridas, disse o oficial à revista, acrescentando que ele não queria prender os cristãos, mas temia as consequências se não o fizesse.

Para cumprir suas metas, o oficial disse que as estações estão negociando umas com as outras, "comprando" nomes de cristãos presos em média de outras estações que já atingiram suas cotas. O valor pago é de em média, o equivalente a 70 dólares.

Perseguição generalizada

Esse novo paradigma e a recente invasão da igreja ‘Early Child Covenant’ — uma das maiores igrejas domiciliares subterrâneas do país — em Chengdu representam exemplos concretos do que se tornou uma repressão generalizada do Partido Comunista contra igrejas e cristãos chineses.

Desde que o governo comunista implementou novas regulamentações religiosas em fevereiro deste ano, autoridades forçaram as igrejas a instalar câmeras de vigilância, derrubar cruzes, prender líderes das igrejas, acusados ​​de subverter o poder do Estado, enviaram cristãos e seguidores de outras religiões para “reeducação”, acampamentos e recentemente começaram a prender membros de igrejas domésticas não registradas.

As novas regras restringem o trabalho de evangelismo e de caridade, reprimem a educação religiosa de menores, limitam a arrecadação de doações e proíbem a publicação online de qualquer conteúdo baseado na fé. Eles também exigem que as igrejas se registrem junto ao governo — o que permite que os funcionários censurem os sermões, escolham ou rejeitem os pastores e interfiram nos cultos. O governo também começou a instalar a tecnologia de reconhecimento facial em muitas igrejas cadastradas.

 

 

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