Pastor relata horror sofrido em perseguição do grupo radical Seleka na República Centro-Africana

"O som de tiros de armas pesadas vinha de todas as direções", diz ele

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: quarta-feira, 26 de agosto de 2015 às 13:09
República Centro-Africana
República Centro-Africana

A violência na República Centro-Africana já é algo comum, principalmente a grupos cristãos. Na região em que prevalece a religião islâmica, cristãos sofrem dura perseguição.

Pastor de uma aldeia no norte do país, Lucien Debriel relata um pouco do que viu em ataques. "Quando o grupo radical Seleka chegou em Kaga Bandoro, o som de tiros de armas pesadas vinha de todas as direções. Quando ouvi, corri para esconder minha esposa Angelique e nossos seis filhos. Os rebeldes mataram nossos três vizinhos e jogaram seus corpos em poços, próximos dali".

Traumatizados, ele e a esposa, junto com outros moradores da região, se esconderam na mata. Mas Angelique, sua esposa, adoeceu. "Ela morreu com apenas 42 anos, e enquanto estávamos ainda de luto, um dos membros do Seleka, que era parente de Angelique, veio para a mata com alguns de seus companheiros e me acusou pela morte da minha própria esposa, alegando que eu tinha negligenciado cuidados médicos", conta Debriel, lembrando que o grupo ainda queria que ele pagasse uma multa de 250 FCFA (pouco mais de 400 dólares).

Um grupo de cristãos o ajudou a levantar o valor, mas só conseguiram 160 dólares. "Eles disseram que não era suficiente, então levaram minhas cabras, alguns sacos de amendoim e os instrumentos musicais da igreja. Eles voltaram depois para cobrar o restante do dinheiro, mas eu não tinha mais nada para dar, então eles ameaçaram me matar e destruir os bancos da igreja", conta o pastor.

Após todo o ocorrido, a congregação de Debriel ajudou ele e os seis filhos a fugirem para o campo de pessoas internamente deslocadas, enfrentando escassez de abrigo e alimentação.

 

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