Pastores se arriscam para evangelizar áreas dominadas por grupos armados na Colômbia

Líderes cristãos locais falaram sobre os desafios de evangelizar, enfrentando riscos como a pandemia e a ameaça de grupos armados na Colômbia.

Fonte: Guiame, com informações da Portas Abertas (EUA)Atualizado: quarta-feira, 24 de junho de 2020 às 11:31
Pastores da Colômbia enfrentam perigos como o coronavírus e também ameaças de grupos armados como as FARC, para evangelizar áreas remotas do país. (Foto: Portas Abertas)
Pastores da Colômbia enfrentam perigos como o coronavírus e também ameaças de grupos armados como as FARC, para evangelizar áreas remotas do país. (Foto: Portas Abertas)

Em todo o mundo, a COVID-19 e os bloqueios que impediram as pessoas de trabalhar por meses geraram uma crise global. Recentemente, pastores parceiros da Missão Portas Abertas compartilharam sobre os riscos que eles e outros líderes cristãos na Colômbia estão correndo para levar comida, suprimentos e Bíblias às cidades e aldeias que eles atendem.

Todos os dias, o pastor Leandro Holguin* anda pelas ruas das cidades e vilarejos da Colômbia, distribuindo pacotes de alimentos, máscaras, gel antibacteriano e Bíblias para crentes e não crentes. O pastor Leandro tem sido um facilitador dos programas da Portas Abertas na Colômbia nos últimos 10 anos.

Ele recentemente compartilhou sobre a situação nas áreas em que atua (é preciso manter a localização dele em segredo para a segurança dele e de outras pessoas).

“Conseguimos levar comida para muitas pessoas. Quem não pode trabalhar está muito deprimido e enfrenta sérias dificuldades financeiras. Oramos por e com eles. Oferecemos-lhes orientação pastoral e compartilhamos a Palavra de Deus com cada um deles”, relatou.

“Muitas pessoas se entregaram a Jesus”. disse o pastor sobre o evangelismo nesse período de pandemia. "Isso me traz muita alegria".

Devido à extrema necessidade, o governo da Colômbia concordou em permitir que os líderes da igreja se movimentassem livremente durante a quarentena para levar ajuda às pessoas necessitadas, especialmente aquelas em áreas remotas do país. Mas a cada visita, o pastor Leandro e outros líderes da igreja colocam suas vidas em perigo.

Em lugares como Tumaco, na costa do Pacífico, e nas regiões da Amazônia e Catatumbo, na fronteira com a Venezuela, esses líderes comunitários correm risco não apenas de infecção, mas também em razão dos ataques de grupos armados ilegais que controlam essas áreas.

No entanto, a necessidade de material bíblico e apoio emocional é tão grande nessas áreas que pastores e outros voluntários da igreja decidiram se arriscar todos os dias, geralmente em estradas rurais desertas e perigosas, para chegar às comunidades mais remotas e vulneráveis.

"Aproveitamos o decreto do governo que nos permite avançar durante a quarentena", disse ele.

As pessoas nessas comunidades remotas controladas por grupos rebeldes vivem em extrema necessidade e medo. Eles têm medo de adoecer com COVID-19 e de serem mortos por esses grupos se contrairem o vírus.

A pastora Amanda Santander* está pregando na região de Catatumbo, no nordeste do país, há mais de 20 anos. Durante metade desse tempo, ela esteve envolvida com os programas da Portas Abertas na Colômbia.

“A pandemia traz um novo conjunto de desafios”, diz ela. "As pessoas não apenas têm medo do controle imposto por esses grupos ilegais, mas também temem ser infectadas com coronavírus e depois serem mortas por rebeldes".

A Portas Abertas desenvolveu um programa chamado “Agape in Your Home” para facilitar a situação de muitos crentes colombianos durante a pandemia. O programa fornece apoio alimentar e pastoral para 300 famílias que vivem em partes remotas do país, onde os cristãos sofrem incessantemente de perseguição e assédio religioso.

*Nomes fictícios adotados para preservar a segurança das fontes citadas.

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