Primeiro-ministro da Índia visita o Reino Unido e gera protestos em razão da perseguição religiosa

Bharatiya Janata Party de Modi (BJP) foi acusado pela missão 'Christian Solidarity Worldwide' (CSW) de criar "uma atmosfera de intolerância religiosa e impunidade".

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: sexta-feira, 13 de novembro de 2015 às 14:57
Primeiro-ministro Modi caminha ao lado de David Cameron, e meio a protestos de manifestantes enfurecidos (Foto: Reuters)
Primeiro-ministro Modi caminha ao lado de David Cameron, e meio a protestos de manifestantes enfurecidos (Foto: Reuters)

Na última quinta-feira (12), multidões expressaram sua indignação, na Downing Street, em Londres, durante um protesto contra a perseguição religiosa em curso na Índia.

As manifestações aconteceram também em razão da visita feita pelo primeiro-ministro Modi ao Reino Unido, na manhã desta quinta-feira, iniciando um período de três dias, no qual vai almoçar com a Rainha, fazer um discurso em conjunto no Parlamento Europeu com David Cameron, passar uma noite em Chequers e participar de um comício no estádio de Wembley, onde 60.000 pessoas são esperadas para dar-lhe uma 'recepção calorosa'.

No entanto os favoráveis pela ausência nesta quinta-feira, enquanto centenas de manifestantes furiosos alertaram sobre a situação das minorias religiosaa na Índia. Bharatiya Janata Party de Modi (BJP) foi acusado pela missão 'Christian Solidarity Worldwide' (CSW) de criar "uma atmosfera de intolerância religiosa e impunidade".

"O nosso primeiro-ministro está aqui, mas ele é um homem mau", disse um indiano ao Christian Today, em Whitehall (Inglaterra).

A CSW também aponta para a "discriminação generalizada" e "ataques sistemáticos" contra membros da comunidade Dalit - grupo de pessoas consideradas "intocáveis" no sistema de castas. Muitos destes dalits também são cristãos.

BJP tem uma história de extremismo religioso e sua ascensão ao poder político coincidiu com um aumento do nacionalismo hindu do partido 'Rashtriya Swayamsevak Sangh' (RSS) e a ala ideológica do hinduísmo. Na semana passada o RSS mobilizou seus membros para controlar "o crescimento não natural da população cristã em muitos distritos do país", de acordo com a Agência Fides.

"O desequilíbrio demográfico, causado pelo aumento das minorias religiosas, em particular nas zonas fronteiriças, pode ameaçar a unidade, a integridade e a identidade do país", disse a Missão em um comunicado.

Cristãos e outras minorias religiosas temem que o poder do grupo venha a originar mais ódio religioso.

"O sucesso da Índia como 'a maior democracia do mundo' não pode ser medido em termos puramente econômicos, sem referência ao seu histórico de direitos humanos", disse o presidente-executivo da CSW, Mervyn Thomas. "A relação do Reino Unido com a Índia não deve incidir sobre o comércio em detrimento dos valores duradouros que nos são caros. O Reino Unido deve ser uma voz ao demonstrar que o comércio não se sobressai aos direitos humanos e aos ideais democráticos".

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