Roberto de Lucena escreve sobre a luta contra a perseguição religiosa

Insisto no meu alerta, pois viver e crer na democracia plena é não se calar diante destes crimes contra a fé, mas principalmente, contra a humanidade

Fonte: guiame.com.brAtualizado: segunda-feira, 14 de julho de 2014 às 17:57
Lucena
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Roberto de LucenaÉ aviltante a apatia e a aparente insensibilidade das lideranças das nações civilizadas, inclusive as brasileiras, diante da explosão da violência, em várias partes do mundo, motivada pela intolerância religiosa. São muitas as pessoas que são torturadas e mortas, impiedosamente, por causa da sua fé, da sua religião, especialmente os cristãos.

No Quênia, no início deste mês, homens armados entraram em uma vila, na cidade de Hindi, e dispararam contra as pessoas e colocaram fogo em uma igreja. Os guerrilheiros islamistas confirmaram a motivação do ataque, ao depositar sobre o corpo de um dos mortos a Bíblia que ele carregava.

No Irã, muitos cristãos estão presos por sua fé em Jesus. Alguns prisioneiros que foram detidos por suas atividades cristãs têm sido regularmente espancados na prisão.

Na Síria, cristãos que se recusaram a professar a fé muçulmana foram crucificados por extremistas, segundo denúncia apresentada por uma freira síria, em 18 de junho.

Também no mês passado, em 22 de junho, na cidade de Boreda, na Etiópia, Maria Yusuf foi morta por seu marido que a espancou, porque ela se recusou a negar sua fé cristã.

Insisto no meu alerta, pois viver e crer na democracia plena é não se calar diante destes crimes contra a fé, mas principalmente, contra a humanidade.

No Congresso Nacional, quebrei o silêncio acerca do assunto e apresentei o Projeto de Lei 7787/14, em 10 de julho. Trata-se de um decreto autorizando o presidente da República a suspender as relações diplomáticas e comerciais com os países que desrespeitem os direitos humanos ou promovam ou tolerem a perseguição religiosa.

A proposta, inicialmente, é abrir o debate no parlamento e na sociedade e, mais do que isso, oferecer ao Executivo, a quem compete a condução da nossa política de relações exteriores, um instrumento para fazer valer o sentimento do povo brasileiro em relação ao cumprimento dos tratados internacionais dos quais somos signatários, com respeito a esse tema.

Como podemos combater aqui o trabalho escravo e importarmos produtos de países que exploram o trabalho escravo ou análogo? Como podemos ser parceiros políticos ou comerciais de países que não respeitem os direitos humanos, inclusive o direito à liberdade religiosa?

E isso é o mínimo, entendendo que o Brasil, um país tão estratégico sob todos os pontos de vista, pode definitivamente ser um fator de equilíbrio, um promotor de justiça social, da paz e da fraternidade entre os homens.


- Roberto de Lucena
Deputado federal (PV-SP)

via Assessoria

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