“Teria morrido se Deus não tivesse me protegido”, diz pastor após 2 anos preso na China

Autoridades chinesas libertam ministro idoso que cumpriu sentença de dois anos por “provocar problemas”.

Fonte: Guiame, com informações da China AidAtualizado: segunda-feira, 8 de abril de 2019 às 15:01
Pastor Zhou Dixian mostra o certificado de libertação após sair de um centro de detenção chinês. (Foto: Reprodução/ChinaAid)
Pastor Zhou Dixian mostra o certificado de libertação após sair de um centro de detenção chinês. (Foto: Reprodução/ChinaAid)

Preso há dois anos acusado pelas autoridades chinesas de supostamente “provocar problemas”, o pastor Zhou Dixian foi libertado, na sexta-feira (05), após cumprimento integral da sentença. O ministro conta que durante o período na prisão sofreu com maus-tratos e trabalhos forçados.

“Eu teria morrido de maus-tratos se Deus não tivesse me protegido e os irmãos e irmãs [cristãos] não orassem por mim”, escreveu o pastor Zhou, em uma carta aberta em 31 de março, dizendo que ele finalmente conseguiu ver seus familiares e estava grato por aqueles que o apoiaram.

Na carta ele descreve o tratamento que recebeu das autoridades chinesas enquanto estava na prisão, incluindo ser forçado a dormir de lado, o que causava dores insuportáveis ​​em seus ombros e costas. Também foi forçado a trabalhar desde que se levantava até se deitar, abrindo lulas na água salgada, o que causou infecções e perda de unhas.

Zhou conta que quando pediu remédios para que ele pudesse se tratar daquelas infecções, as autoridades o negaram e proibiram seu filho de comprar os medicamentos para ele.

Ao sair da prisão, uma das primeiras coisas que o pastor Zhou Dixian fez, na mesma noite, foi viajar para Pequim para proteger seus direitos e cultos em uma igreja da capital.

Antes de sua prisão, Zhou fundou uma igreja que não estava registrada no governo, uma ação que seu filho acredita ter contribuído para que as autoridades o prendessem. Agora que foi libertado, o pastor que reiniciar sua igreja. A família diz estar preocupada que, por isso, o governo possa prendê-lo novamente.

Em novembro de 2012, as autoridades demoliram a casa de Zhou, onde ele vivia com sua esposa, Li Yuzhen, e destruiu seu pomar de maçãs. A polícia local recusou-se a assumir o caso, alegando que as ações vieram do governo, e assim Zhou precisou viajar a Pequim para relatar a questão aos funcionários superiores.

Durante as reuniões em março de 2017 entre os dois principais órgãos da China, Zhou e Li foram presos e enviados de volta à sua cidade natal, onde ele recebeu uma sentença de dois anos e um mês por "provocar problemas", e ela recebeu dois prazo de encarceramento de três anos e três meses. Li ainda está na prisão de Jinan e está previsto para ser liberado em dois meses.

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