Terroristas matam cerca de 40 cristãos e exigem resgate por cadáver na Nigéria

Uma das vítimas, que havia sido sequestrada, foi morta pelos raptores, mesmo após a família pagar pela libertação.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: quinta-feira, 1 de dezembro de 2022 às 15:38
 Os radicais ainda incendiaram uma igreja e destruíram centenas de casas. (Foto: Imagem ilustrativa/The African Union Mission in Somalia/Rawpixel).
Os radicais ainda incendiaram uma igreja e destruíram centenas de casas. (Foto: Imagem ilustrativa/The African Union Mission in Somalia/Rawpixel).

Terroristas e pastores Fulani mataram pelo menos 40 cristãos na Nigéria, em novembro, nos estados de Plateau e Kaduna.

Outros nove crentes foram sequestrados no mesmo período, com os sequestradores exigindo resgate pelo cadáver de um deles, que foi torturado e morto.

Em Plateau, centenas de extremistas e fulanis atacaram vilas cristãs, deixando mais de 30 mortos e 20 feridos. Os terroristas ainda incendiaram uma igreja e destruíram centenas de casas.

O morador local Mathias Goshe relatou que cerca de 200 fulanis devastaram o vilarejo de Wumat, em 22 de novembro.

“Os invasores eram, sem dúvida, pastores e terroristas Fulani. Eles estavam se comunicando uns com os outros na língua Fulfulde [Fulani] enquanto nos atacavam. Fora isso, eles estavam armados com revólveres e facões”, disse.

De acordo com Solomon Maren, parlamentar da Assembleia Nacional da Nigéria que representa a área de Bokkos, mulheres e crianças estavam entre as vítimas dos ataques em Plateau.

Solomon informou que plantações na região também foram destruídas pelos terroristas. “A maioria dos agricultores teve pouca ou nenhuma colheita devido a essa ação perversa de pastores inescrupulosos”, afirmou.

Pedido de resgate por corpo

No estado vizinho de Kaduna, fulanis e outros radicais mataram 10 cristãos e sequestraram outros nove, durante ataques a vilas, nas últimas três semanas.

Um trabalhador de telecomunicações cristão, que foi sequestrado em Sabon Gaya, foi assassinado pelos raptores em 17 de novembro, mesmo após a família pagar o resgate de mais de 6 mil dólares para sua libertação.

Obadiah Ibrahim, pai de dois filhos, foi torturado até a morte e os sequestradores exigiram resgate para entregar o corpo à família.

“Meu irmão foi sequestrado enquanto estava em campo verificando as instalações da empresa para a qual trabalhava. Conseguimos arrecadar 3 milhões de nairas, mas infelizmente depois de receber o dinheiro, eles ainda o mataram”, contou Kefas Ibrahim, irmão da vítima.

Segundo ele, os criminosos pediram 10 milhões de nairas (mais de 22 mil dólares) para liberarem ocorpo.

“Esta é uma situação muito triste e deprimente para nós, pois meu irmão foi torturado até a morte. Como cristãos, sabemos que eles só podem matar o corpo, mas não a alma, pois meu irmão já está em comunhão com Jesus Cristo no Céu”, declarou Kefas.

“Nós os perdoamos e oramos para que sejam convencidos pelo Espírito Santo para que possam se arrepender e se afastar do mal”.

Alvos constantes de ataques

As comunidades cristãs na Nigéria se tornaram alvos constantes de ataques de radicais, devido a sua fé.

O país africano foi o lugar onde mais cristãos morreram em 2021, registrando 4.650 mortes, segundo o relatório da Portas Abertas. O número de cristãos sequestrados também foi maior na Nigéria, com mais de 2.500.

“A situação na Nigéria continua a se deteriorar. O fracasso total do governo nigeriano em reinar no extremismo criou um ambiente em que os extremistas se sentem justificados para atacar os cristãos”, declarou David Curry, CEO da Portas Abertas.

Na Lista Mundial da Perseguição de 2022 dos países onde é mais difícil ser cristão, a Nigéria saltou para o sétimo lugar, sua classificação mais alta de todos os tempos, do 9º lugar no ano anterior.



Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições