Tribunal ordena que filha de pastor se case com um muçulmano, na Nigéria

A adolescente de 16 anos foi forçada a se casar com um muçulmano, sem o consentimento de seus pais cristãos. O casamento foi autorizado por um tribunal da Lei Sharia.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 4 de maio de 2017 às 14:29
Mulher chora por sua filha, sequestrada na Nigéria. (Foto: AP Photo)
Mulher chora por sua filha, sequestrada na Nigéria. (Foto: AP Photo)

Uma adolescente de 16 anos, filha do líder de uma igreja nigeriana foi forçada a se converter ao Islã e obrigada a se casar com o seu patrão muçulmano, após decisão de um tribunal da Lei Sharia, no estado do Níger, segundo informou uma fonte de notícias local.

O jornal nigeriano 'The Sunday Sun' relata que os pais de Janet Habila desafiaram a decisão da Corte da Sharia de casar sua filha com um homem muçulmano, chamado Nasiru, um alfaiate para quem ela trabalhava no distrito de Erena, da área de governo local de Shiroro.

Janet serviu como aprendiz para Nasiru, depois que ela foi matriculada por seu pai, Habila Gambo, na escola de alfaiataria que ele comanda.

Gambo, que pastoreia a igreja 'Montanha Unida da Benevolência', na vila de Shundna, matriculou sua filha no instituto da alfaiataria, no ano passado a fim de prepará-la para o mercado de trabalho, depois que ela concluísse seus estudos.

No entanto, Gambo e sua esposa, Asabe, ficaram surpresos quando receberam uma notificação em março de que sua filha estava casada com Nasiru.

Uma fonte com conhecimento sobre a situação disse ao jornal local que Nasiru teria arranjado um homem muçulmano e mulheres para irem para a corte e posarem como os pais de Janet, para que o casamento pudesse ocorrer "legalmente".

Daniel Harris, gerente regional do grupo de vigilância cristã 'Christian Concern', disse ao 'The Christian Post' em um comunicado, que até 12 estados no norte da Nigéria já adotaram o sistema da Lei Sharia.

"Embora só se destine a se aplicar aos muçulmanos nesses estados, há relatos de que essas leis são usadas para realizar casamentos como o de Janet. Há relatos de que isso acontece em áreas muçulmanas fora desses 12 estados", disse Harris. "De acordo com um representante da International Christian Concern na Nigéria, situações como essas são 'muito comuns', e a menina que se casa, muitas vezes, depende mais da lei da Sharia que da vontade da família".

Harris também destacou que, em 2016, o presidente da Associação Cristã da Nigéria afirmou que mais de 1.000 meninas foram forçadas a se converter ao Islã e se casar com muçulmanos no norte da Nigéria.


Reação
Gambo acrescentou que ele disse ao tribunal que ele era o verdadeiro pai de Janet e que não estava ciente do casamento. No entanto, o funcionário do tribunal disse a Gambo que "o casamento continuaria como planejado, mesmo sem o consentimento" do pai.

"Minha filha nunca me disse que queria se converter ao Islã, [não falava] em se casar com um muçulmano", afirmou Gambo. "Eu paguei muito dinheiro para matriculá-la nessa escola e não permitiria que isso acontecesse enquanto estou vivo".

A polícia questionou Janet, que por sua vez disse que estava confusa quando os eventos ocorreram, antes do tribunal da Lei Sharia.

"Eu estava confusa. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu estava seguindo todas as instruções dele [Nasiru]", disse Janet a um investigador da polícia. "Eu tinha medo de deixar meus pais saberem por causa das consequências e eu estava igualmente com medo de recusar a proposta de Nasiru, embora dentro de mim eu não gostasse da ideia [do casamento]".

 

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