Antes do ataque terrorista recente, Charlie Hebdo havia sido processada 13 vezes por organizações católicas

Um dos cartunistas assassinados durante o ataque, Bernard Velhac tinha defendido as controversas charges da revista, dizendo que eles têm o "direito à blasfêmia".

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 14 de janeiro de 2015 às 15:25
Manifestantes protestam na "Marcha pela Liberdade", nas ruas de Lyon, como ato de solidariedade às vítimas do ataque terrorista na França.
Manifestantes protestam na "Marcha pela Liberdade", nas ruas de Lyon, como ato de solidariedade às vítimas do ataque terrorista na França.

Antes mesmo dos terroristas islâmicos radicais (irmãos Kouachi) atacarem o prédio da revista satírica "Charlie Hebdo", em Paris, uma semana atrás, o veículo de comunicação já havia sofrido outro atentado - também realizado por extremistas muçulmanos - com uma bomba incendiária, em 2011, e foi processada 13 vezes por organizações católicas em razão de suas capas com representações ofensivas dos papas, de Jesus Cristo e da Santíssima Trindade.

Os grupos católicos teriam entrado com ações judiciais em reação a várias capas ofensivas que retratam figuras cristãs, como a Santíssima Trindade e o Papa Bento XVI, em posições comprometedoras (sugerindo até mesmo atos sexuais e chegando à imoralidade).

Em uma destas capas, um homem mais velho representa Deus, outro representa Jesus, e algo que lembra o olho do horus destinou-se a ser o Espírito Santo. O desenho mostrava os três envolvidos em um ato de sodomia.

O desenho teve a intenção de ironizar a oposição da Igreja Católica ao casamento gay.

Em uma outra capa, o desenho de homem que seria Bento XVI proferia as palavras: "Deus não existe! Que bosta! Eu tinha minhas dúvidas!".

Outra questão controversa apresenta uma releitura ficcional da história do nascimento de Jesus e sugere que "Ele era um filho do pecado", "flagelo dos dragões", "um curandeiro de caixa de areia", "assassino de crianças", "mais cego entre os homens", "reizinho hiperativo", "algoz de seus professores", e "aprendiz de profeta".

Jesus Cristo também foi destaque em outra capa da Charlie Hebdo sendo crucificado e dizendo aos cardeais do Vaticano que o ajudassem a descer da cruz para que Ele pudesse votar nas eleições papais.

Lê-se: "Outra eleição fraudulenta. Me tirem daqui, eu quero votar!".

Os desenhos apresentados nas capas foram defendidas pelo artista Bernard Velhac, que foi morto no ataque de Paris sobre, em 07 de janeiro. Velhac tinha defendido charges da publicação, dizendo que eles têm o "direito à blasfêmia".

A artista Stéphane Charbonnier, que também foi morta neste mesmo ataque, tinha se juntado aos seus colegas na defesa dos desenhos em 2012.

"Nós publicamos caricaturas a cada semana, mas as pessoas só as descrevem como declarações de guerra quando é sobre a pessoa do profeta Maomé ou outra coisa relacionada ao Islã", disse.

O presidente da Liga Católica Internacional, Bill Donohue falou sobre os ataques terroristas da semana passada em uma declaração na qual ele disse que "os muçulmanos têm o direito de estar com raiva" em torno das charges polêmicas de Charlie Hebdo. Ele afirmou que os cartunistas "abusaram liberdade" com suas imagens ofensivas que ter insultado várias religiões ao longo dos anos.

O ataque da semana passada foi liderado por três homens armados que invadiram os escritórios da revista satírica francesa carregando fuzis AK-47 e um lançador de foguetes.

Eles mataram 12 e feriram outras cinco. A ação foi uma resposta de jihadistas muçulmanos, revoltados com uma capa que mostrava o profeta muçulmano Maomé.

Confira abaixo, algumas das polêmicas capas da "Charlie Hebdo":

 

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