“Aprendi que matar cristãos me dava uma passagem direta para o céu”, diz ex-muçulmano

O jovem cristão teve de fugir de casa quando seus pais descobriram que ele havia se convertido.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: quarta-feira, 26 de setembro de 2018 às 15:06
Ibrahim ainda se encontra escondido de sua família, que até hoje o procura para matá-lo. (Foto: Reprodução)
Ibrahim ainda se encontra escondido de sua família, que até hoje o procura para matá-lo. (Foto: Reprodução)

Ibrahim é um jovem de 20 anos que, apesar da pouca idade, já reconhece o peso que tem a perseguição contra cristãos. Ele cresceu em uma família muçulmana onde aprendeu que matar cristãos não era apenas bom, mas também era a forma de conseguir “uma passagem direta para o céu”, como ele diz em seu depoimento.

“A cruz sempre me fascinou. Eu nunca soube realmente o que significava além do fato de que era um símbolo cristão. Continuei a investigar e secretamente comecei a frequentar uma igreja evangélica local. Finalmente, entendi que a cruz era minha salvação. A cruz era a minha ‘passagem gratuita’ para o céu, para a salvação", disse ele.

O jovem afirma que no dia em que se entregou a Jesus, lembrou do que seus pais haviam ensinado sobre o cristianismo. “Eu sabia que eles ficariam muito zangados. Meu pai havia me avisado desde criança que se eu me convertesse ao cristianismo, ele me mataria”, contou.

“Eu sabia que minha conversão causaria constrangimento à família e, ao descobri-la, a reação deles sempre seria tentar me matar. Por essa razão, não nunca ousei dizer nada a eles, porque sabia que as ameaças deles não seriam apenas verbais, mas que eles tentariam me matar de verdade”, frisou o jovem.

“É por isso que mantive minha fé em segredo. Quando ia à igreja, mentia e dizia aos meus pais que ia a um jogo de futebol. Mas quando a temporada finalmente acabou, eu continuava dizendo que estava indo para o futebol”, disse.

Reviravolta

Um dia, quando Ibrahim chegou em casa, ele teve uma surpresa que poderia ser fatal. “Um dia cheguei em casa e meus pais me repreendiam: ‘Hoje não tem futebol. Você nos enganou! Você mentiu para nós! Onde você esteve?’ Eu tentei evitar responder as perguntas”, observou.

“Meu pai disse que outras pessoas haviam dito que eu estava frequentando a igreja. Ele disse que antes de tomar medidas, consultaria suas fontes. Eu sabia que tinha que fugir. Eu não peguei nada, apenas saí”, ressaltou.

“Eu fiquei na rua por um tempo pensando e decidi ir para uma área longe dali. Mas antes que eu pudesse sair, um irmão da igreja me ligou e se ofereceu para lugar para ficar. Sete meses depois, um parente me encontrou”, afirmou.

Ibrahim disse que ele estava lhe espionando. “Ele sabia exatamente onde eu morava, onde trabalhava e que igreja eu frequentava. Ele disse ao meu pai onde ele poderia me encontrar. que ainda muito zangado com minha decisão, foi ao meu local de trabalho, gritou e me ameaçou em público”, contou.

“Ele me acusou de trair a família e constrangê-los. Eu tive que fugir novamente. Mais uma vez, eu não tinha nada. Foi quando conheci alguém da Portas Abertas. Eu procurava um lugar onde eu pudesse ficar. Eu ainda estou me escondendo, porque meus irmãos ainda estão procurando, eles querem me matar. Mas não há como voltar atrás. Antes de conhecer a Cristo, eu odiava as pessoas e era muito desconfiado. Quando entreguei minha vida a Cristo, tive que deixar minha casa e tudo que amava. Foi quando eu comecei a amar as pessoas. A paz encheu minha vida. As pessoas medem suas vidas de acordo com o que têm, mas eu sei que a paz vem somente de Jesus”, finalizou.

Ibrahim teve seu nome verdadeiro ocultado para fins de segurança.

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