A China está sendo movida por “um dos grandes avivamentos espirituais do mundo”, afirma o autor premiado Ian Johnson. Ele aponta que as potências mundiais devem se atentar a esta transformação espiritual, pois isso poderá ter repercussões globais.
“As pessoas estão à procura de novos princípios, uma espécie de bússola moral para organizar a sociedade”, disse Johnson em um artigo para o site The Atlantic. “Eles estão se voltando para a religião como fonte de valores para ajudar a reorganizar a sociedade”
Os condutores dessa revolução religiosa são as igrejas cristãs que não estão registados pelas autoridades e são desaprovadas pelo governo chinês.
“Estes grupos se tornaram surpreendentemente bem organizados e, muitas vezes, contam com centenas de fiéis”, disse o estudioso. “Eles ajudaram o número de protestantes a subir de cerca de um milhão — quando os comunistas tomaram o poder — a pelo menos 60 milhões hoje”.
Embora o Partido Comunista Chinês ainda esteja em profunda oposição ao rápido crescimento das igrejas subterrâneas, sua repressão não impediu as pessoas de viverem sua fé.
“Qualquer visitante do país pode dizer que o número de igrejas, mesquitas e templos aumentou nos últimos anos, e que muitas delas estão cheias”, analisa Johnson.
“Embora os problemas continuem aumentando, o espaço para a expressão religiosa tem crescido e os cristãos chineses têm aproveitado isso em busca de novas ideias e valores para sustentar uma sociedade que há muito tempo tem descartado a moralidade tradicional”, o autor afirma.
Johnson ainda acrescenta: “Centenas de milhões de chineses são consumidos com a dúvida sobre sua sociedade e se voltam para a religião. Na fé eles encontram respostas que não encontram no mundo secular construído em torno deles”.
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