Um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta feira (9) denunciou as atrocidades da campanha jihadista do Estado Islâmico (ISIS) no Iraque. Enquanto mais de 24 mil civis iraquianos foram feridos ou mortos pelo ISIS nos primeiros oito meses de 2014, os extremistas assumiram as práticas de recrutamento de crianças para a guerra e forçaram meninas cristãs de 12 a 13 anos de idade à serem vendidas para a escravidão sexual.
Na investigação da ONU, foram realizadas entrevistas com mais de 500 testemunhas refugiadas internamente. As testemunhas relataram aos investigadores as formas cruéis de mortes, sequestros e perseguições feitas pelos terroristas contra cidadãos de todas as crenças religiosas, incluindo a própria fé do Islã Sunita, que detêm ISIS.
O relatório também destaca que nos primeiros oito meses de 2014, cerca de 8.493 civis iraquianos foram mortos pelo grupo terrorista, enquanto 15.782 foram feridos. Muitas das vítimas ocorreram nos últimos dois meses deste ano, tendo no relato 11.159 feridos e 4.692 mortos, registrados a partir de 1 de Junho até 31 de agosto, estendendo vítimas desde a província de Nínive até o norte do Iraque.
"Os números reais podem ser muito maiores", afirma o relatório. "Além disso, o número de civis que morreram dos efeitos secundários de violência, como a falta de acesso a alimentos básicos, água ou remédios, depois de fugir de suas casas ou que ficaram presos em áreas de conflito são desconhecidos."
Testemunhas das cidades de Mosul e Tal Afar também disseram aos investigadores que viram crianças a partir de 12 anos de idade, sendo treinadas como soldados e guardas de patrulha. As testemunhas também disseram que estas crianças tem autoridade para prender pessoas, e a maioria dos militantes nas ruas de Mosul são crianças.
O relatório afirma que as mulheres são tratadas de maneira "particularmente dura" pelos militantes. Em 05 de agosto, mais de 150 mulheres cristãs e yazidis (religião sincretista), foram detidas pelo ISIS e foram transportadas para a Síria. Chegando lá, foram atribuídas à militantes do ISIS como recompensa ou vendidas como escravas sexuais.
Muitas mulheres que se recusam a usar o véu que cobre o rosto, como o ISIS requer, normalmente são espancadas e às vezes mortas, afirma o relatório. As médicas do sexo feminino têm dificuldade para fazer seu trabalho enquanto utilizam um véu sobre o rosto, e muitas delas entraram em greve. Testemunhas disseram que em alguns casos, os militantes do ISIS ficaram na porta dos hospitais para proibir a entrada de médicas e enfermeiras que não estavam cobertas com um véu.
Com mentalidade do ISIS, "converter ou morrer", muitas das mortes registradas por esta investigação foram devido a infidelidade ao ISIS. Embora a atuação do ISIS tenha se tornado notória pela "limpeza religiosa", para que eles "implementam adequadamente o Islã", os pesquisadores descobriram que os militantes também matam e perseguem outros islâmicos, da fé sunita.
Testemunhas dizem que no dia 22 de julho, o ISIS matou um sunita porque ele havia denunciado a organização terrorista. No outro mês, em 31 de agosto, 19 sunitas foram executados por não jurar lealdade ao grupo e, dias depois, em 09 de setembro, outro sunita foi executado pelo mesmo motivo.
Com informações de The Christian Post
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