Entenda o Dia de Iemanjá: por que os devotos entregam oferendas todos os anos?

No dia 2 de fevereiro é comemorado o dia de Iemanjá, um dos ícones mais conhecidos do candomblé. Entenda o que motiva os devotos a levarem oferendas todos os anos.

Fonte: Guiame, com informações de G1Atualizado: segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015 às 17:20

 

O dia de Iemanjá, comemorado nesta segunda-feira (2), está atraindo muitos de seus devotos no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

Neste dia, oferendas e outros tipos de ‘presentes’ são lançados ao mar para celebrar um dos ícones mais conhecidos do candomblé. De acordo com os devotos, esta é uma maneira de agradecer pelas conquistas que a “Rainha do Mar”, como eles a denominam, propôs.

Além das celebrações para Iemanjá no Rio Vermelho, um grupo vai ao Dique do Tororó para dar a oferenda de Oxum. "A gente faz a oferenda para Oxum não ficar com ciúmes de Iemanjá", explica Marcos Souza, presidente da associação de pescadores do Rio Vermelho.

O dia de Iemanjá começou a ser festejado em 1923, quando diminuiu a oferta de peixes da Vila dos Pescadores do Rio Vermelho. A tradição conta que eles pediram ajuda à orixá e ofertaram presentes para ela. A oferta foi feita no meio do mar e, desde então, a festa é realizada todos os anos.

A mistura religiosa brasileira

Com as crenças indígenas e a absorção da cultura africana, trazida ao Brasil por meio dos escravos, o cristianismo sofreu fortes influências e alterações. “Basta olhar para o cenário religioso brasileiro para perceber a existência de dois tipos de catolicismo. O catolicismo clerical, teologicamente elaborado e dogmatizado, e o catolicismo popular, repleto de superstições e elementos originários dos cultos afroamerindios”, disse Humberto Ramos.

“Para verificar tal afirmação, vale a pena dar atenção às celebrações religiosas dos povos do norte e nordeste – não que nas outras regiões também não ocorra o sincretismo. Na Umbanda, Cristo é Oxalá e Satanás, Exu; São Jorge (Santo Católico), tido como Ogum. Iemanjá e a "Nossa Senhora" (apenas Maria para os protestantes) compartilham o mesmo altar que uma série de divindades. Ao olhar fervoroso dos fiéis, não há menor incompatibilidade entre tais personagens da fé”, explica Ramos.

Paschoal Piragine, pastor da Primeira Igreja Batista de Curitiba, afirma: “Iemanjá não é dona deste país, Jesus Cristo é o dono deste país.” Citando a passagem de 1 Coríntios 10: 14-15, (“Portanto, meus amados, fugi da idolatria …) ele explica também que quando se tira Jesus do centro da adoração o crente está colocando uma figura secundária. Segundo a Bíblia, ele diz, isso é idolatria.

O pastor lembra a todos que só existe um mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo. “Jesus é o nosso sumo-sacerdote que intercede por nós. Ele é o nosso advogado que luta pelas nossas causas. Ele é o nosso libertador e transformador (...) Quando a gente constrói um altar na nossa vida, na nossa casa, na nossa cidade, deve ser para Jesus, porque fora isso estamos indo pelos caminhos da idolatria.”

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