Estado Islâmico ataca vila no Congo e mata 40 cristãos

“Matamos cristãos com armas e facas e destruímos as propriedades deles na vila de Mukondi”, disseram os terroristas.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: quinta-feira, 16 de março de 2023 às 16:44
Mais de 5 milhões de pessoas estão deslocadas no Congo por causa dos ataques de grupos extremistas. (Foto: Portas Abertas)
Mais de 5 milhões de pessoas estão deslocadas no Congo por causa dos ataques de grupos extremistas. (Foto: Portas Abertas)

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque a um vilarejo no estado de Kivu do Norte, Leste da República Democrática do Congo. O atentado deixou 40 cristãos mortos e um rastro de destruição. 

“Matamos cristãos com armas e facas e destruímos as propriedades deles na vila de Mukondi", disseram os terroristas em pronunciamento à uma agência de notícias no dia 9 de março.

Fotos das casas em chamas foram compartilhadas por outras agências de mídia confirmando o ataque, conforme a Portas Abertas.

Ataques anteriores

Segundo autoridades locais, na última semana, ao menos 45 pessoas foram assassinadas em ataques às vilas no estado de Kivu do Norte.

O ataque do Estado Islâmico se soma ao contexto violento que as Forças Aliadas Democráticas (ADF, da sigla em inglês), um grupo extremista aliado ao Estado Islâmico, vem semeando há pelo menos 2 anos.

No último sábado (11), outro ataque matou ao menos 22 cristãos na cidade de Kirindera, também no estado de Kivu do Norte.

Fontes locais contaram à Portas Abertas que o grupo ADF atacou uma clínica de saúde, um hospital e um hotel. Outros ataques recentes resultaram em igrejas bombardeadas, propriedades cristãs e hospitais destruídos e um número crescente de cristãos mortos e de deslocados internos.  

‘Deus é minha força’

Gertrude (nome fictício por razões de segurança), tem 27 anos e ficou viúva. Ela agora cria sozinha seus 4 filhos e ainda sustenta os filhos de sua irmã.

A cristã conta que a vida se tornou cada vez mais insuportável na parte oriental da República Democrática do Congo. Em agosto de 2021, terroristas da ADF mataram seu marido durante um ataque à sua propriedade agrícola.

Eles também levaram o filho de 3 anos de Gertrude. A ADF continua a atingir de forma violenta principalmente as aldeias cristãs vizinhas da região.

Apesar da insegurança e da responsabilidade de cuidar sozinha de uma família, Gertrude disse que se apega a Deus e que Ele é sua força. Durante o ataque que matou seu marido e a deixou sem seu filho de 3 anos, Gertrude foi atingida no pé, dificultando sua mobilidade para cuidar das plantações.

A cristã recebeu ajuda da Portas Abertas e iniciou um pequeno negócio para conseguir sustento. 

Cristãos sob constante ameaça

A República Democrática do Congo está na 37ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023. O Leste do país é uma região perigosa para os cristãos. 

Enquanto grupos rebeldes estão disputando o controle da região, os cristãos vivem sob constante ameaça de sequestros e ataques violentos. 

Os terroristas costumam sequestrar e violentar sexualmente as mulheres, que são depois forçadas a se casarem com soldados da milícia. Dessa forma, eles mantêm as cristãs como um tipo de “troféu” que exibe o poder e a vitória do grupo.   

A organização explica que as chances de encontrar justiça através do sistema legal do país são pequenas. Muitos cristãos são forçados a fugir de casa e buscar refúgio em vilarejos próximos.

Os líderes cristãos que discursam e se opõem à corrupção e violência são assediados e ameaçados pelo governo. A Portas Abertas pede orações pela Igreja no Congo. 

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