Igreja que perderia terreno para o governo do Sudão vence batalha no Tribunal

Sob comando do presidente Omar al-Bashir, o Ministério de Assuntos Religiosos do Sudão pediu à administração da igreja o terreno.

Fonte: Guiame, com informações do World Watch MonitorAtualizado: sábado, 11 de agosto de 2018 às 13:20
O governo do Sudão queria tomar o terreno da Igreja Sudanesa de Cristo. (Foto: WWM).
O governo do Sudão queria tomar o terreno da Igreja Sudanesa de Cristo. (Foto: WWM).

Um tribunal sudanês surpreendentemente decidiu contra o governo em um caso que envolvia a Igreja Sudanesa de Cristo (SCOC, sigla em inglês) depois de uma longa disputa sobre a propriedade da congregação.

Cinco líderes da igreja, incluindo o presidente, Ayouba Telyan, compareceram ao tribunal na última quarta-feira (8), esperando ter que defender a legitimidade do caso, mas ficaram surpresos ao encontrar o veredito final do juiz em favor dos cristãos. A informação é do World Watch Monitor.

Em seu veredicto, o juiz devolveu a administração das propriedades da Igreja Sudanesa de Cristo à igreja. No dia seguinte os cinco líderes estavam de volta aos seus escritórios. Sob o comando do presidente sudanês Omar al-Bashir, o Ministério de Assuntos Religiosos montou um comitê rival de terras e edifícios e cobrou da administração a propriedade da igreja.

Vale ressaltar que Omar al-Bashir está no poder desde 1989 e recentemente foi nomeado às eleições de 2020, apesar da Constituição não permitir mais de dois mandatos de cinco anos.

Desde então, os líderes da igreja passaram a ser perseguidos, interrogados e levados ao tribunal. Em maio de 2017, a igreja emitiu uma carta aberta em protesto ao governo sudanês sobre o que chamou de “violação sistemática das liberdades religiosas cristãs”.

"Acabar com a perseguição das minorias religiosas"

A fonte local do World Watch Monitor disse apesar da decisão desta semana ter sido positiva para os cristãos no Sudão, ainda é necessário mais ações do governo para acabar com a perseguição das minorias religiosas no país.

Ainda é muito difícil conseguir Bíblias e outras publicações cristãs no país, de acordo com a fonte, que acrescentou: “Se alguém quiser trazer mais de cinco Bíblias de uma só vez, elas serão paradas na fronteira e instruídas a voltar apenas com permissão oficial do escritório de segurança”.

O veredicto surgiu poucos dias depois de um anúncio feito pelo Ministério das Relações Exteriores do Sudão de que havia feito um segundo lote de propostas sobre a normalização das relações bilaterais com os EUA e sua remoção da lista dos Estados patrocinadores do terrorismo.

No ano passado, o Sudão e os EUA trabalharam no sentido de melhorar as relações e a remoção de sanções que estão em vigor há 20 anos, mas grupos de direitos humanos pediram a Washington que "freie" as relações de normalização, dizendo que tem havido pouco evidência de progresso na área de direitos humanos.

Uma delegação da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos, órgão consultivo independente e bipartidário, visitou Cartum e Darfur Norte em maio e ouviu das partes interessadas “que não há liberdade religiosa” no Sudão.

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