Igrejas históricas da Europa propõem fixação da data da Páscoa

Segundo o bispo Nazir-Ali, há um perigo nesta proposta, que pode significar a "quebra de um elo" entre o cristianismo e suas origens judaicas.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: sexta-feira, 22 de janeiro de 2016 às 18:59

Um proeminente bispo evangélico conservador se posicionou recentemente contra a proposta de fixar a data da Páscoa para o mesmo domingo "oficial" em todos os anos.

O ex-bispo de Rochester, Dr. Michael Nazir-Ali, que agora é diretor do Centro para Formação, Pesquisa, Advocacia e Diálogo de Oxford, juntou-se ao condado de Yorkshire, em Whitby (Inglaterra) para ser parte do número pequeno - mas influente - de pessoas que se opõem à mudança do datas atuais para celebrar a ressurreição de Cristo.

Líderes anglicanos reunidos em Canterbury concordaram na semana passada em avaliar com líderes cristãos ortodoxos a possibilidade de avançar para a fixação de uma data específica para a celebração da Páscoa. Embora tenha havido tentativas frustradas de fazer isso antes, a mais recente iniciativa surgiu por parte do Patriarca Tawadros II - o papa da Igreja Ortodoxa Copta, que também escreveu ao Papa Francisco sobre isso.

A cidade de Whitby foi o local onde surgiu o 'Sínodo dos Whitby', em 664 AD, no qual adotou-se a prática romana que poderia definir a data da Páscoa.

Dr. Nazir-Ali disse ao site 'Christian Today': "Tem havido um grande número de relatos na imprensa sobre o Arcebispo de Canterbury anunciar um acordo ecumênico sobre a fixação da data da Páscoa para para o segundo ou terceiro domingo de abril".

"Há duas questões aqui. Houve uma longa discussão entre as igrejas orientais e ocidentais, que seguem calendários diferentes, sobre um método comum de cálculo da data da Páscoa", disse.

Segundo Nazir-Ali, esta primeira proposta de fixar a data, respeitando o calendário de cada cultura não representaria de fato uma preocupação, porém há uma segunda proposta que o deixou alarmado.

"Se foram de ser alcançado um acordo desse tipo, a data da Páscoa ainda iria variar, mas seria a mesma para todas as igrejas. A outra proposta é fixar a data para um determinado domingo para facilitar feriados civis, etc".

Ele se opôs à mudança por causa das ligações bíblicas do festival com a Páscoa judaica.

"Quanto à primeira proposta é muito a recomendável, já a segunda poderia efetivamente separar a Páscoa ocidental da Páscoa judaica, à qual está intimamente ligada, tanto teológica, como historicamente", disse ele.

"Isso seria altamente indesejável, uma vez que será ainda maior a distância dos cristãos com relação às suas raízes judaicas e também afetará o seu entendimento da frase: "Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós" (1 Coríntios 5: 7).

"Em muitas línguas, o 'Pessach' continuará a ser o termo usual para a Páscoa. Este elo não deve ser quebrado. A minha esperança é que os líderes da igreja estejam considerando a primeira e não a segunda proposta".

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