Líderes cristãos celebram mais 2 milhões de assinaturas pelas 10 Medidas Contra a Corrupção

Líderes e nomes influentes do meio cristão foram a Brasília para acompanhar pessoalmente a entrega simbólica das assinaturas, que agora serão levadas ao Congresso Nacional.

Fonte: Guiame, com informações do G1Atualizado: quarta-feira, 30 de março de 2016 às 19:51
Marisa Lobo expõe logo das 10 Medidas Contra a Corrupção,  enquanto o pastor Armando Bispo, da IBC Fortaleza, fala aos presentes no ato da entrega simbólica das assinaturas.
Marisa Lobo expõe logo das 10 Medidas Contra a Corrupção, enquanto o pastor Armando Bispo, da IBC Fortaleza, fala aos presentes no ato da entrega simbólica das assinaturas.

Na última terça-feira (29), integrantes do Ministério Público Federal entregaram em um ato simbólico, mais de 2 milhões de assinaturas em apoio ao conjunto de 10 Medidas Contra a Corrupção, elaborado pelo órgão público.

A lista de assinaturas será levada ao Congresso Nacional, onde as medidas já foram apresentadas, para que sejam votadas e aprovadas pelos parlamentares.

Lançado no mês de março de 2015 o pacote com as 10 Medidas mobilizou juristas e outros profissionais em todo o Brasil, com palestras em igrejas, universidades, associações, empresas Organizações Não Governamentais - realizadas para divulgar as propostas, que incluem alterações relevantes na legislação, para prevenir e punir com veemência os crimes de corrupção.

Entre as medidas de combate à corrpução, que integram o pacote, há uma proposta específica que pretende criminalizar o enriquecimento ilícito de agentes públicos e outra que deve aumentar as penas para crimes de corrupção, além de tornar a prática, um crime hediondo.

Líderes e nomes influentes do meio cristão foram a Brasília para acompanhar pessoalmente a entrega simbólica das assinaturas. Entre eles, o pastor da Igreja Batista Central de Fortaleza, Armando Bispo, o Coordenador Geral da Igreja Batista do Bacacheri, pastor Luiz Roberto Silvado e a psicóloga cristã, Marisa Lobo.


Cristãos na Ativa
Para Armando Bispo, esta nova etapa das 10 Medidas Contra a Corrupção marcam um momento da história do país, que está acima de partidarismos, mas está relacionado com a busca pela preservação da verdade, do padrão moral e da justiça.

“Sinto-me honrado em participar deste momento em que mais do que assumir lados, oposição ou situação, estaremos na verdade elevando o padrão de moral e justiça de forma a coibir a corrupção entre agentes públicos e privados. Louvo a Deus pela Igreja de Jesus, pela nossa IBC Fortaleza e por ser comissionado para representar o nosso Estado na campanha de âmbito nacional deflagrada pelo movimento ‪#‎MUDE”, postou Armando Bispo nas mídias sociais.

Acompanhando a divulgação das 10 Medidas já desde o início, Marisa Lobo falou com exclusividade ao Guiame e expressou sua alegria e satisfação em presenciar mais esta etapa marcante do projeto. Ela destacou que o combate à corrupção se estabelece de modo geral e não visa partidos ou ideologias específicas, mas sim a punição efetivas das práticas que atentam contra a preservação de uma sociedade e governo justos.

"As 10 Medidas não visam prejudicar um partido ou sistema de governo específico, mas sim combater a corrupção em todos os setores. [...] As 10 Medidas visam fechar as brechas que possibilitam a corrupção da sociedade, dos poderes, não só político, mas também judiciário. Esta não é uma iniciativa de um segmento ou partido, é o povo que está pedindo e nós temos que aproveitar essa janela de oportunidade que se abriu para lutar contra a corrupção", destacou.

Coordenador Geral da Igreja Batista do Bacacheri em Curitiba (PR), o pastor Luiz Roberto Silvado também foi procurado pela redação do Guiame e classificou a entrega das mais de 2 milhões de assinaturas como um "momento histórico" e também uma prova da força da manifestação popular.

"Momento histórico!! Colher mais de 2 milhões de assinaturas já foi um evento incrível e a oportunidade de participar da entrega. Um presente de Deus. Jamais esquecerei. O povo brasileiro manifestou- se de forma veemente e terá que ser ouvido. As dez medidas terão que ser aprovadas na íntegra", afirmou.

Silvado destacou que esse momento também foi uma oportunidade de igrejas unirem forças no combate à corrupção, independente de suas denominações, aderindo à campanha e coletando cada vez mais assinaturas.

"A igreja se envolveu de um forma efetiva, os batistas brasileiros deram uma resposta positiva, e nós entramos em contato com outras denominações, pentecostais e outras históricas, como os presbiterianos e tivemos respostas muito positivas também", relatou.

Quando questionado sobre a relação entre igreja e política, que ainda gera tanta polêmica, o pastor explicou que o engajamento das 10 Medidas Contra a Corrupção visa melhorar, não apenas o cenário político em crise, mas também a situação social do país.

"A política partidária é que é incompatível com a função de um pastor. Mas função da igreja é estimular o exercício da cidadania. [...] Certo dia, por exemplo, mobilizamos os jovens de nossa igreja a limpar um córrego de nossa cidade, porque isto iria contribuir para uma melhoria da qualidade de vida da população. Os membros da igreja, como cidadãos devem ser desafiados a agir na sociedade", disse o líder cristão, lembrando que sua igreja sustenta diversos projetos sociais das mais diversas áreas e chegou encarregar o Instituto Mude (da própria igreja), para coletar assinaturas.


Lava Jato
As medidas foram inicialmente propostas pela força-tarefa que está à frente da Operação Lava Jato em Curitiba.
O coordenador do grupo, procurador Deltan Dallagnol afirmou que as investigações do caso ajudaram a elaborar as medidas.

“O que a Lava Jato pode alcançar é a recuperação do dinheiro desviado no caso concreto e a punição dos responsáveis. Mas a sociedade espera que os escândalos de corrupção parem de se suceder semana após semana. Para que isso aconteça precisamos mudar as condições que hoje favorecem a corrupção para que passem a desfavorecê-la”, afirmou o procurador à imprensa.

Falando sobre as chances da aprovação das 10 Medidas, Deltan destacou que espera que os parlamentares se sensibilizem com o apoio popular às propostas, na medida em que são representantes da sociedade civil.

“Nosso desafio à toda a sociedade é que continuem colhendo assinaturas, para que nós criemos um incentivo ainda maior à aprovação desses projetos e para que contatem os parlamentares de seus estados pedindo e suplicando para que tomem em consideração essas propostas”, disse.

 

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