Missionário afirma que existem profetas nos dias de hoje: “Não podemos rasgar a Bíblia”

Entre os profetas do Novo Testamento, Fábio Coelho cita Ágabo, Silas e Ananias.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: sexta-feira, 13 de agosto de 2021 às 17:52
Fábio Coelho, líder do movimento Vozes e Trovões e Douglas Gonçalves, líder do movimento JesusCopy. (Foto: YouTube/JesusCopy)
Fábio Coelho, líder do movimento Vozes e Trovões e Douglas Gonçalves, líder do movimento JesusCopy. (Foto: YouTube/JesusCopy)

Em entrevista ao Douglas Gonçalves, líder do movimento JesusCopy, o missionário Fábio Coelho, esclareceu alguns pontos bíblicos sobre o tema “profecia”. A pergunta é “se ainda existem profetas nos dias de hoje”. 

No Antigo Testamento, o ofício de profeta era específico para homens ungidos por Deus e que o representavam na terra. A palavra de um profeta ficava registrada, tanto na memória popular quanto nas Escrituras Sagradas, que eram conhecidas em forma de pergaminhos.

Muitos cristãos ensinam que não existe mais profeta, de acordo com o Novo Testamento, apontando para isso o texto de 1 Coríntios 13.8, onde diz que as “profecias desaparecerão, as línguas e a ciência passarão”. E alguns podem perguntar: “e os falsos profetas?”.

“A palavra dom significa presente”

Fábio Coelho, líder do movimento Vozes e Trovões, autor dos livros “Não apagueis o Espírito” e  “Princípios da Batalha Espiritual”, explica que, conforme a Bíblia, há o dom de Deus, os dons do Espírito e os dons de Cristo.

“O dom de Deus é a salvação. Os dons do Espírito são capacitações para cumprir o sacerdócio, conforme 1 Coríntios 12.7 [sabedoria, conhecimento, fé, cura, milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas e interpretação] e os dons de Cristo são cinco ofícios [apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres], conforme Efésios 4.11”, explicou.

“A palavra ‘dom’ significa presente, mas não quer dizer que um líder recebeu de presente a capacidade de ser pastor, e sim o contrário, a Igreja recebeu de presente aquele pastor. Então, os dons de Cristo são pessoas-dons”, disse.

Fábio esclarece que, hoje em dia, é mais fácil identificar um pastor, mestre ou evangelista, mas há muita polêmica girando em torno do profeta e do apóstolo. “Mas, se não existe profeta, então também não deve existir o pastor, pois todos estão dentro do mesmo ‘pacote’. Essa é a lógica”, ponderou. 

Outro ponto importante é o esclarecimento que a Bíblia dá sobre a função dos cinco ministérios —edificação do corpo de Cristo. "Logo, a principal função de um profeta não é profetizar, mas capacitar os santos para que cumpram sua missão”, frisou.

Até quando haverá profetas?

Falando metaforicamente, Fábio conduz a conversa imaginando um campo de futebol. 

“Os jogadores são os ‘santos’, os treinadores representam os cinco ofícios. O que um treinador faz? Posiciona todos os jogadores, cria estratégias e fica do lado de fora encorajando cada membro do time. O mundo é a torcida, esperando que o ‘jogo’ dê certo”, exemplificou. 

Quanto à existência dos cinco ministérios, incluindo o profeta, a pergunta é: até quando esses ministérios serão eficazes na história da Igreja? Fábio responde com o texto bíblico de Efésios 4.13, que está dentro do contexto.

“Até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo”, leu. “Aí eu pergunto, nós como Igreja já chegamos à plenitude do conhecimento do filho de Deus? Ou já chegamos à unidade da fé? A resposta é óbvia”, observou e resumiu: Existem profetas hoje? Sim!”.

“Eis que te digo”

“Eu vejo que cometemos sempre o mesmo erro, como Igreja e comunidade de fé, de tentar eliminar algum ofício bíblico, porque um dia fomos machucados por alguém que usou errado o dom”, refletiu Douglas Gonçalves.

Ele ainda usa como exemplo uma fala muito comum no meio cristão: “Eis que te digo”. E alerta que muitos “manipulam e abusam” se dizendo profetas. E o mesmo ocorre com os demais ofícios.

Fábio complementa: “Muitos cometem um erro ainda mais grave, dizendo que a ‘Igreja’ os machucou e então para eles não existe mais Igreja”, disse.

“Nos últimos vinte anos, a Igreja brasileira errou muito, tentando restaurar os cinco ministérios. Mas nós não vamos restaurar nada, é Deus quem vai fazer isso. Os dons são de Cristo, Ele mesmo estabelece e dá cada um como presente à Igreja”, equilibrou. 

Os dois finalizam concordando que, muitas vezes, as intenções das pessoas são boas, buscando a prática da palavra de Deus e resultados nobres. “Mas nós já erramos muito nessas tentativas e não podemos ‘rasgar a Bíblia’. Lá está escrito que existem profetas, Ágabo, Silas e Ananias, só para citar alguns”, concluiu.

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