O triste natal dos últimos cristãos que ainda restam em Gaza, no Oriente Médio

No país, que é tido como berço do cristianismo, o número de cristãos já não passa de 52 mil, ou seja, 1,37% dos palestinos. Menos de 6% deles vivem na Faixa de Gaza, onde há uma década eram 7 mil.

Fonte: Guiame, com informações de Estado de MinasAtualizado: quinta-feira, 24 de dezembro de 2015 às 14:10
A vida tem se tornado cada dia mais difícil neste pequeno território. (Foto: Mint Press News)
A vida tem se tornado cada dia mais difícil neste pequeno território. (Foto: Mint Press News)
Para os poucos cristãos que ainda restam em Gaza,  cidade palestina localizada na Faixa de Gaza, o Natal terá um gosto solitário.
 
A maioria dos jovens da comunidade cristã preferiram deixar o país em busca de oportunidades que não existem em meio ao conflito palestino. Este é o caso dos cinco filhos de Elias Mona, que passará o Natal, pela primeira vez, sozinho.
 
Criados em um pequeno povoado localizado entre Israel, Egito e o Mediterrâneo — devastado por três guerras nos últimos sete anos —, seus filhos foram encontrar abrigo na Europa.

"No início, iam para estudar, mas nunca voltaram porque aqui não há trabalho", lamenta Mona diante de uma imensa cruz de madeira erguida em frente à sua igreja na Cidade de Gaza.

No país, que é tido como berço do cristianismo, o número de cristãos já não passa de 52 mil, ou seja, 1,37% dos palestinos. Menos de 6% deles vivem na Faixa de Gaza, onde há uma década eram 7 mil.

A vida tem se tornado cada dia mais difícil neste pequeno território controlado pelos islamitas do Hamas, em desacordo com a Autoridade Palestina de Mahmud Abbas.

O desemprego afeta dois em cada três jovens e a economia se encontra à beira do abismo. Segundo uma pesquisa recente, um em cada dois moradores de Gaza quer se exilar, algo muito difícil devido ao bloqueio imposto por Israel e Egito.

As dificuldades sociais e econômicas não explicam por si só o êxodo dos cristãos, afirma Saad, de 50 anos. "Se nossos jovens vão aos Estados Unidos e à Europa é porque não veem aqui nenhuma oportunidade: a vida é asfixiante e o extremismo cresce", expõe.

O exílio a outro país árabe não é cogitado por causa dos "crimes do Estado Islâmico", grupo jihadista autor de múltiplas atrocidades, sobretudo contra os cristãos na Síria, Iraque e na Líbia.

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