30 professores são presos pelo Estado Islâmico por se recusarem a ensinar a "jihad"

Os professores serão julgados em um tribunal islâmico criado pelo grupo terrorista em sua sede, localizada em Mossul, ao norte do Iraque.

Fonte: Guiame, com informações de Christian TodayAtualizado: sexta-feira, 8 de janeiro de 2016 às 13:49
Não apenas pessoas de outras religiões, mas até mesmo muçulmanos estão sob risco em Nínive. (Foto: Reprodução/UNHCR)
Não apenas pessoas de outras religiões, mas até mesmo muçulmanos estão sob risco em Nínive. (Foto: Reprodução/UNHCR)

Mais de 30 professores que trabalham nas escolas de Nínive, no Iraque, foram presos por se recusarem a seguir o programa de educação “jihadista” imposto pelo Estado Islâmico (EI).

O Cônego Andrew White, vigário de uma igreja anglicana no Bagdá, explicou ao site norte-americano Christian Today que o programa educacional impõe o ensino de “morte” a todos aqueles que não cumprem as doutrinas jihadistas de Maomé e do EI.

Matérias como filosofia, química, biologia e matemática foram proibidas e substituídas pelo ensino da Sharia (lei islâmica) e da Jihad (luta islâmica), e todas as escolas com nomes cristãos foram rebatizadas.

Ensinos relacionados a cultura síria, aplicados há mais de dois milênios pela Igreja Ortodoxa Síria, também foram abolidos.

Os professores foram detidos e presos durante a noite. A notícia foi divulgada pelos meios de comunicação locais, de acordo com a Agência Fides.

Os professores serão julgados em um tribunal islâmico criado pelo EI em sua sede, localizada em Mossul, ao norte do Iraque.

Inimigos internos

Não apenas pessoas de outras religiões, mas até mesmo muçulmanos estão sob risco em Nínive, relata o Cônego White. Ele conta que não há cristãos na província, e os muçulmanos sunitas que se recusam a seguir as ações extremistas também estão sendo perseguidos pelo regime.

"Eu tenho contato com muçulmanos de Nínive. Eu estava com eles em um dia desses, e eles me dizem que lá é horrível. Não há direitos para nenhuma pessoa de outra comunidade agora. Todas as igrejas foram destruídas. Um Arcebispo de Nínive me disse ele não tem uma única igreja para conduzir”, relata White.

"A corrente principal da educação em Nínive está agora alinhada ao que é ensinado na mais extrema das escolas islâmicas extremistas. Basicamente, o que está sendo ensinado é a morte para quem não é um seguidor de Maomé — não apenas os cristãos, como os yazidis e mandeans”, afirma o cônego.

"Aqueles que correm maior risco agora não são cristãos. São os muçulmanos que não seguem o Estado Islâmico", alerta White.

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