Alunos passam mal após 'Charlie Charlie' e são levados por policiais à igreja

Os estudantes brincavam em um terreno baldio em frente à Escola Estadual Doutor Luiz Rittler Brito de Lucena, na zona Oeste de Boa Vista, Roraima, quando começaram a sentir um mal-estar.

Fonte: Guiame, com informações de G1Atualizado: segunda-feira, 1 de junho de 2015 às 15:02
Quatro adolescentes passaram mal após brincadeira 'Charlie Charlie' nessa sexta-feira (29).
Quatro adolescentes passaram mal após brincadeira 'Charlie Charlie' nessa sexta-feira (29).

 

A Polícia Militar levou quatro adolescentes a uma igreja, depois de passarem mal ao participarem da brincadeira 'Charlie Charlie' nessa sexta-feira (29). Os estudantes brincavam em um terreno baldio em frente à Escola Estadual Doutor Luiz Rittler Brito de Lucena, na zona Oeste de Boa Vista, Roraima, quando começaram a sentir um mal-estar.

Ao serem acionados por causa da confusão que estava acontecendo na escola, os policiais se depararam com uma aluna que estava com dores no estômago. Seis viaturas foram deslocadas para atender a ocorrência. "Quando a primeira viatura chegou tinha somente uma menina sentindo um mal-estar na barriga. O colega pediu para ver o que estava acontecendo e ela caiu. Logo em seguida outros dois caíram e começou aquele desespero", relatou o policial, que não quis se identificar, ao G1.

A polícia só entendeu o que estava acontecendo quando outro aluno mostrou um vídeo onde os adolescentes apareciam brincando de 'Charlie Charlie'. "Os colegas pediram apoio policial enquanto outras pessoas iam desmaiando e esperneando. Os alunos se batiam e se jogavam nas paredes e nas árvores. Ficavam falando palavras com vozes pesadas e os olhos reviravam. Parecia que tinha alguma coisa dentro deles que girava por conta própria", detalhou.

Emergência espiritual

Sem poder controlar os estudantes, os policiais informaram que a primeira providência foi acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, eles foram informados que 'esse tipo de serviço não era de competência deles [Samu]'. Diante disso, um dos policiais sugeriu que os adolescentes fossem levados a uma igreja.

"Muita gente estava em transe naquele momento, cerca de oito pessoas, mas conduzimos somente as que estavam em estado mais grave, que eram quatro estudantes". Segundo o policial, os adolescentes tinham entre 14 e 15 anos de idade.

Depois de passarem por três igrejas que estavam fechadas, os policiais finalmente encontraram uma aberta. "Fiz contato com o pastor que orou na cabeça de cada um e logo em seguida chegou mais uma jovem que também estava brincando, tinha melhorado, mas acabou desmaiando no caminho de casa".

O policial ainda relatou que um dos militares também chegou a passar mal também. "Ele tem um conhecimento religioso e como tinha um rapaz lá que desafiava muito, fazia gestos, falava e gritava, ele resolveu tentar acalmar. Quando conseguiu e saiu de perto do rapaz, também ele sentiu algo tomando conta do corpo dele". O policial contou que o militar foi atendido pelo pastor e se sentiu melhor.

Depois de se sentirem melhor, os adolescentes foram levados para suas casas. "Conversamos com os responsáveis de todos e explicamos o que havia acontecido", disse.

Experiência difícil

Em 25 anos de serviço na Polícia Militar, o policial afirmou que esta foi a experiência mais complicada que já enfrentou em sua carreira.

"Essa noite foi bem complicada. Quando a gente passa por uma situação dessa acaba ficando abalado. Nessa noite quando eu ia dormir, fechava os olhos e vinha aquela imagem na cabeça. Trabalho como policial há 25 anos e essa foi a experiência mais difícil que já passei. Estamos preparados para um tipo de situação e quando envolve uma outra coisa, principalmente com a parte espiritual, a gente fica um pouco perdido", disse.

Atendimento do Samu

Em nota, o Samu de Boa Vista informou que a informação sobre a falta de atendimento no local é improcedente. De acordo com a nota, uma unidade de Suporte Básico foi encaminhada à escola e um técnico em enfermagem e um socorrista aferiram, em todos os envolvidos, a pressão arterial e fizeram a saturação de oxigênio.

Após a verificação, os profissionais constataram que o caso se tratava de uma histeria coletiva, na qual a resposta do organismo de alguns adolescentes está mais propícia a causar desmaios. "O Samu enfatiza que, somente após todos terem sido observados, houve a liberação dos adolescentes, ocorrida na própria escola, pois não se tratava de um caso grave", informou a nota.

 

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