Após pressão de moradores, estátua ‘maligna’ será substituída por Bíblia no MT

A escultura de uma “figura mitológica” foi retirada de um canteiro em Nova Olímpia, no Mato Grosso, para ser substituída por uma Bíblia de concreto a pedido do prefeito do município.

Segundo Cristóvão Masson (PP), a retirada se deu após pressão dos moradores, principalmente, dos religiosos, que chegaram a afirmar que a escultura seria “a representação do coisa ruim”.

O monumento criado pelo escultor Genival Soares foi inaugurado no dia 13 de maio de 2013 e retirado do na última terça-feira, 26 de janeiro.

Produzida com sucatas de ferro velho, “A Guardiã”, como era chamada, estava fixada na entrada do município. Segundo o artista, a ideia era representar “uma figura mitológica feminina que vigia o cruzamento de vias e a principal entrada do Centro de Eventos [da cidade]”.

Desapontado pela retirada da peça, Genival alegou não ter sido consultado pelo prefeito. “A retirada aconteceu de forma espontânea e brusca, com a ajuda de um trator. Fiquei indignado. Foi um descaso com tudo o que fiz. Se viessem falar comigo, eu aceitaria entrar num consenso e até retirar ela [escultura] de lá”.

A escultura foi realocada para um pátio dentro da Secretaria de Obras do município. Segundo avaliação do prefeito, não houve necessidade de debater sobre a retirada da escultura. “A decisão foi minha. Não conversei com ele [Genivaldo] porque senti que não precisava. Eu que mandei colocar, então depois eu que mandei retirar também”, disse.

Cristóvão conta que sofreu pressão da maioria das pessoas da cidade. “Fui detonado pela população. Tentei contornar a situação e deixei ela lá durante todo esse tempo. Vários segmentos religiosos pediram para que eu retirasse. Eles afirmaram que [a estátua] era do 'coisa ruim', que só chamava coisa negativa para a cidade”, comenta.

A implantação da nova escultura da Bíblia de concreto também não foi debatida com a população, e o prefeito afirma que não irá repensar sua colocação na entrada da cidade. A nova obra deve ser executada em até 20 dias.

“É um livro de todas as religiões, das melhores e das piores. Vou colocá-la e não pretendo repensar, mesmo que algum grupo não goste”, defende Cristóvão.