Ativistas apontam o aborto como solução para casos de microcefalia

Falando com exclusividade ao Portal Guiame, a psicóloga militante pró-vida Marisa Lobo alertou que esta ação tem motivações ocultas, que visam a liberação geral do aborto a longo prazo.

Fonte: GuiameAtualizado: segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016 às 15:50

O avanço dos casos de microcefalia - que estão instalando a incerteza entre os brasileiros nos últimos meses - pode estar ganhando agora um novo capítulo em sua história, ao passo que ativistas irão tentar junto ao STF, a aprovação de abortos para os casos da doença, diagnosticados ainda na gestação. Atualmente no Brasil, o procedimento abortivo só é permitido quando a gestação foi resultado de um estupro ou quando o feto é anencéfalo.

Quem está à frente desta ação é a antropóloga Debora Diniz, que integra o instituto de bioética Anis e deve entregar o texto ao STF em menos de dois meses. A ativista falou sobre o assunto em entrevista à BBC Brasil.

"Somos uma organização que já fez isso antes. E conseguiu", destacou Debora ao lembrar a ocasião em que o STF acatou a proposta apresentada por seu grupo, de aprovar o aborto para casos de anencefalia ou estupro, em 2012. "Estamos plenamente inspiradas para repetir, sabendo que vamos enfrentar todas as dificuldades judiciais e burocráticas que enfrentamos da primeira vez".

Debora afirma que o caráter de epidemia que a microcefalia ganhou e a suspeita do mosquito Aedes Egypti como vetor, "evidenciam" a urgência de que providências sejam tomadas.

"Em 2004 não havia uma epidemia nem havia um vetor (como o mosquito Aedes aegypti). Agora ambos existem e isso torna a necessidade de providências mais urgente", diz.


Desespero

Falando com exclusividade ao Portal Guiame, a psicóloga e militante pró-vida Marisa Lobo alertou que esta ação não tem razões suficientes para ser aprovada desta forma.

"É uma ação desesperada, solitária...  Os casos de microcefalia nem sempre são confirmados. A aprovação desta ação vai gerar uma procura em massa pelo aborto. O que estão fazendo é a mesma coisa que hitler fez, praticar a Eugenia. Desta forma, também condenam as mulheres que praticam o aborto a uma depressão, podendo levar a uma síndrome conhecida no mundo e já comprovada que e a síndrome do suicídio pós-aborto. Creio que [se aprovada esta proposta] esses 'juristas' estarão condenando essas mulheres psicologicamente e não as libertando de um possivel filho com 'defeito", disse.

A psicóloga também lembrou que a má formação da criança não pode ser razão para uma prática agressiva como o aborto. Segundo Marisa, apesar da deficiência do filho, os pais podem se tornar realizados com seu filho (a), apesar da microcefalia diagnosticada ainda na gestação.

"Quem disse que uma criança que não segue os 'padrões de normalidade' não pode ser objeto de felicidade dos pais? É preconceito. E só observarmos as inúmeras crianças, que nascem com síndromes - por ex de Dowm - como fazem seus pais felizes. O amor independe dessa 'perfeição normatizada", afirmou.

A psicóloga destacou que esta ação tem intenções ocultas, que visam a liberação geral do aborto a longo prazo.

"Essa ação é orquestrada já pensada como estratégia para liberação do aborto geral. Só sinto que a maldade e a hipocrisia tenham chegado tão longe. Usar a dor das mães, de uma doença, para liberar o aborto. É triste ver o oportunismo da militância pró aborto. E a mulher mais uma é vítima desse sistema doentio", alertou.

Marisa ainda questionou sobre o direcionamento de recursos, que poderiam ser usados no apoio às mães de bebês diagnosticados com microcefalia, em vez investir esforços na aprovação de abortos.

"Por que não elaboram uma lei para que o governo preste assistência a essas mulheres criança em vida? Dão 'bolsa crack', 'bolsa prostituição', para travestis, e quantas mais...
Por que não podem ajudar estas mães financeiramente?", indagou.


Sem confirmações
Ao que tudo indica, o alerta de Marisa Lobo sobre a realização de abortos sem que os casos de microcefalia sejam devidamente diagnosticados tem se confirmado.

Segundo a Folha de S. Paulo, gestantes que foram infectadas pelo Zika Vírus estão recorrendo ao aborto clandestino, mesmo sem um diagnóstico preciso sobre a possível microcefalia em seus fetos.

Três médicos já confirmaram casos de mulheres que tomaram tal decisão. Segundo eles, todas são casadas, nível superior completo e planejaram a gravidez, mas "se desesperaram ao saber que seu bebê poderia nascer com a má formação".

Fato é que a ação do Zika Vírus como o real causador da microcefalia nos bebês e o processo desta má formação ainda está sendo investigada.

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