Catar não permitirá orações públicas de judeus e comida kosher durante a Copa

Mesmo depois de prometer o contrário, autoridades do país proibiram os locais de culto e a venda dos alimentos preparados pelos judeus.

Fonte: Guiame, com informações de Jerusalém PostAtualizado: segunda-feira, 21 de novembro de 2022 às 15:45
Final da Copa do Emir do Catar, em 2009. (Foto: Wikimedia Commons)
Final da Copa do Emir do Catar, em 2009. (Foto: Wikimedia Commons)

De acordo com organizações judaicas, durante o período da Copa do Mundo FIFA 2022, o Catar não permitirá orações públicas de judeus e nem a venda de alimento kosher. As promessas feitas pelo país, no entanto, foram diferentes conforme o Jerusalem Post. 

“Prometeram-nos a criação de espaços de oração para que os judeus religiosos que viessem ver os jogos tivessem um local de culto”, disse um representante de uma organização judaica. 

“Recentemente, fomos informados de que eles proibiram os locais de culto para os judeus porque não podem protegê-los”, continuou. 

Proibição de alimento kosher

O termo “kosher” é utilizado para os alimentos preparados de acordo com as leis judaicas, conforme as especificações encontradas na Bíblia. Para os judeus, as leis são seguidas por motivos espirituais.

A promessa do Catar era que os alimentos poderiam ser servidos durante a Copa, mas agora eles estão autorizados somente a vender sanduíches frios de bagel — um tipo de pão feito com farinha de trigo fermentada, em forma de anel.

Estima-se que mais de 10 mil judeus vão participar do evento, em Doha, capital do Catar. Há informações de que vários judeus que vivem nos EUA, cancelaram a viagem por não se sentirem seguros e por interpretarem que não haverá comida adequada e suficiente para eles.

“Não há comida kosher, não há refeições de Shabat e não há orações públicas”, disse um judeu que não se identificou. Ele disse que esperava que os catarianos separassem a religião dos esportes. 

‘Todos devem se sentir incluídos e bem-vindos’

O rabino Marc Schneier, de Nova York — uma figura judaica influente no mundo muçulmano — juntamente com um rabino turco, anunciaram a abertura da primeira cozinha kosher no Catar, a tempo da partida de abertura do torneio.

“A Copa do Mundo da FIFA visa reunir as pessoas, interagir com diferentes nações, culturas e credos, e fazer com que todos se sintam incluídos e bem-vindos”, disse Schneier, presidente da Foundation for Ethnic Understanding, com sede em Nova York, um centro global para as relações muçulmano-judaicas.

A cozinha kosher está sob a supervisão do Rabino Mendy Chitrik de Istambul, presidente da Aliança dos Rabinos nos Estados Islâmicos, e seu filho Rabino Eliyahu Chitrik.

A comida inclui o cozimento dos primeiros bagels no Catar e outras iguarias etnicamente judaicas. Ao ser questionado sobre a proibição do Catar, de vender comida kosher e sobre as orações dos judeus, o rabino se recusou a comentar.

Copa do Mundo e evangelização

A cerimônia de abertura da Copa do Mundo da FIFA 2022, aconteceu no domingo (20), num dos países mais ricos do mundo. 

Tendo como religião principal o islamismo, as autoridades restringem as atividades dos cristãos no dia a dia. Apesar de grupos missionários estrangeiros não ter permissão para trabalhar no país, a Copa do Mundo é uma oportunidade para evangelizar.

O Guiame publicou que a Sociedade Bíblica pretende distribuir exemplares do Novo Testamento e do Evangelho de João durante as competições. A tradução será em 14 idiomas, entre eles o árabe, inglês, francês, alemão, hindi, italiano, malaiala, nepalês, português e cingalês.

As Bíblias serão oferecidas aos turistas de várias nacionalidades que visitarão o país árabe e aos trabalhadores imigrantes. “Nosso mandato como Sociedade Bíblica é acender esperança, cuidado e amor nos corações de milhares”', declarou o Dr. Hrayr Jebejian, secretário-geral da Sociedade Bíblica no Golfo.

Apesar do discurso de liberdade religiosa, na prática o Catar ocupa o 18º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022, conforme a Portas Abertas, onde os cristãos são perseguidos pela opressão islâmica e a monarquia absolutista.

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