Cientistas reanimam células de porcos mortos para ‘atualizar’ conceito de morte

Pesquisadores dizem que o pode abrir a porta para a ideia de que a morte é tratável, embora haja muitas preocupações filosóficas, éticas e biológicas.

Fonte: Guiame, com informações do JPostAtualizado: quinta-feira, 4 de agosto de 2022 às 17:24
Porcos são utilizados em experimentos científicos. (Foto: Pixabay)
Porcos são utilizados em experimentos científicos. (Foto: Pixabay)

O fluxo sanguíneo e a função celular foram totalmente recuperadas em corpos de porcos que estavam mortos por uma hora, anunciaram cientistas nesta quarta-feira (03).

Especialistas dizem que a descoberta é um avanço capaz modificar e atualizar a definição de morte.

A descoberta traz esperanças para uma série de usos médicos futuros em humanos, sendo o mais imediato que poderia ajudar os órgãos a durarem mais, potencialmente salvando a vida de milhares de pessoas em todo o mundo que precisam de transplantes, informou o Jerusalem Post.

Interferências como esta, no entanto, levantam debate sobre a ética de tais procedimentos – particularmente depois que alguns dos porcos mortos assustaram os cientistas ao fazer “movimentos bruscos com a cabeça durante o experimento”.

Descobertas científicas como essa são rodeadas de opiniões – contrárias e favoráveis. Em 2019, uma equipe da Universidade de Yale surpreendeu a comunidade científica ao conseguir restaurar a função celular no cérebro de porcos horas depois de terem sido decapitados.

Para a pesquisa mais recente, publicada na revista Nature, a equipe buscou expandir essa técnica para todo o corpo.

Visão bíblica

Para a teologia, interferências como essas podem, além de questões éticas, significar querer agir na área divina, uma vez que, de acordo com a Bíblia, é Deus quem dá a vida e a toma: “O Senhor é quem tira a vida e a dá” (1 Samuel 2:6a).

O professor de Teologia do Curso Bíblico Online, Felipe Morais, cita trechos das Escrituras que mostram o controle de Deus para a vida e a morte:

“Há uma soma de dias para cada pessoa (Sl 39:4; Sl 139:16; Dn 12:13). O salmista declara ‘no teu livro foram escritos todos os meus dias’ (Sl 139:16). Por isso, ‘há tempo de nascer e tempo de morrer’ (Ec 3:2). Em seus projetos, os homens se esquecem que ‘são impedidos pela morte de continuar’ (Hb 7:23)”.

Escritor e colunista do Guiame, Morais diz que “há um princípio estabelecido por Deus que ‘aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo’ (Hb 9:27) e, somente o Senhor pode ressuscitar uma pessoa (Jo 6:39,40,44,54)”.

“Portanto, a única esperança da ressureição do corpo está em Cristo (1Co 15:21-23, 35-57; 1Ts 4:15-18)”, conclui Morais, que é pastor da Igreja Batista do Reino.

Citando Isaías 38, que conta a história de Ezequias que recebeu uma sentença de morte de Deus, o Pr. Cláudio Modesto deixa claro que até para dar mais tempo de vida a alguém é preciso que isso seja feito por Deus. “Temos claro aqui que é Deus quem tem o poder da vida e da morte, inclusive de dar mais anos de vida a alguém, como fez com Ezequias que após chorar recebeu 15 anos para colocar sua casa em ordem”, afirma.

Pastor da Nossa Comunidade em SP, Modesto diz que entende a ciência se multiplicará nos últimos dias – nos quais estamos vivendo – e que descobertas que promovam qualidade de vida para as pessoas são boas, desde que sejam sempre dentro dos limites impostos por Deus.

“Deus é quem dá limites e não tem como ter uma cura para a morte”, afirma deixando clara a soberania de Deus. “O homem não te o controle sobre a vida e nunca terá porque a palavra final vem do Senhor”, finaliza do colunista do Guiame.

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