Extremistas islâmicos incendeiam casas de 80 famílias cristãs, no Egito

O ato violento teria acontecido após o grupo de muçulmanos ter sido informado de que um templo cristão estava sendo construído na aldeia de Al-Beida, no Egito. Uma testemunha informou que os extremistas gritavam: "Não pode haver igrejas aqui".

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 21 de junho de 2016 às 13:57
Cristã copta chora durante funeral de vítimas de um ataque no Cairo, em 2011. (Foto: Reuters)
Cristã copta chora durante funeral de vítimas de um ataque no Cairo, em 2011. (Foto: Reuters)

Um grupo de muçulmanos saqueou e incendiou as casas de 80 famílias cristãs, na aldeia de Al-Beida, no Egito. O ato violento teria acontecido para punir essas famílias, acusadas de tentar construir uma igreja para realizar cultos.

A missão 'International Christian Concern' (ICC) - que informa sobre a perseguição contra os cristãos em todo o mundo - disse que a os ataques ocorreram na última sexta-feira (17).

O cidadão local, Mousa Zarif testemunhou o momento dos ataques e recordou os acontecimentos: "Na sexta-feira à tarde, após a oração da sexta-feira, ao meio-dia, uma grande quantidade de muçulmanos fanáticos se reuniu em frente à casa do meu primo, Naim Aziz - que ainda estava em construção - por causa de uma informação que se espalhou na aldeia, dizendo que este edifício seria transformado em uma igreja".

Zarif acrescentou: "Eles estavam gritando palavras de ordem contra nós. Algumas dessas frases diziam: 'De maneira nenhuma deve haver uma igreja aqui".

A 'ICC' ainda informou que os cristãos da aldeia - uma minoria da população quando eles estão em qualquer outro lugar do Egito - não têm igrejas nas proximidades e precisam caminhar por mais de seis quilômetros para encontrar um local de culto.

Depois de descobrir sobre os planos de transformar o edifício de propriedade de uma família cristã em uma igreja, o grupo muçulmano destruiu todos os materiais de constrição e feriram Aziz (dono da casa) em frente ao seu primo, Mousa.

A multidão, em seguida, saqueou e incendiou todos os lares e propriedades de cristãos na área da aldeia, fazendo com que os donos dessas casas fugissem.

"Estamos de coração partido e frustrados pela comunidade cristã em Al-Beida e pelo terror que sofreram. As autoridades policiais e governamentais no Egito não podem permitir que esses ataques permaneçam impunes, porque as vítimas são de uma minoria religiosa", disse William Stark, gerente regional da ICC para o Sul da Ásia.

"É inexplicável que as vítimas desses ataques tenham sido acusadas ​​de crimes, enquanto os autores continuam a gozar de total impunidade. Isso continua a mostrar como cristãos do Egito são tratados como cidadãos de segunda classe. Apelamos às autoridades egípcias para garantirem que a justiça seja feita e que as comunidades cristãs como esta sejam protegidas de outros ataques no Egito".


Protestos violentos
Os cristãos sofreram violência de grupos extremistas em diversas ocasiões no ano passado. Só no mês passado, sete casas de cristãos foram incendiadas e saqueadas, enquanto uma idosa cristã foi despida e humilhada pelos muçulmanos, que estavam irritados, acusando seu filho de ter um suposto caso com uma mulher muçulmana.

Relatos informaram que a mãe cristã foi arrastada para fora de sua casa e o grupo muçulmano a espancou e a deixou nua em público. Os extremistas gritavam "Allahu Akbar" ("Alá é grande").

Anba Makarios, o principal clérigo cristão de Minya, condenou a falta de ação policial em ajudar a mulher.

"Ninguém fez nada e a polícia não tomou medidas preventivas ou de segurança em antecipação dos ataques", disse Makarios no momento. "Nós não estamos vivendo em uma selva ou uma sociedade tribal. É incorreto que qualquer pessoa se declarare juiz, polícia e fiscal da lei".

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições