Funcionária que se recusou a emitir licenças para casamentos gays é liberta da prisão, nos EUA

A escriturária cristã havia se recusado a emitir licenças para casamentos gays e foi presa sob acusação de desacato a uma decisão da Suprema Corte dos EUA - que legalizou o casamento gay, em agosto deste ano (2015).

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 10 de setembro de 2015 às 15:17
Kim Davis fala à multidão, após ser liberta, em Kentucky (EUA).
Kim Davis fala à multidão, após ser liberta, em Kentucky (EUA).

Após passar seis dias na prisão por ter se recusado a emitir licença para um casamento gay, a escriturária do estado de Kentucky (EUA), Kim Davis foi liberta na última terça-feira.

A funcionária do Estado expressou sua gratidão a Deus e também pelo apoio que recebeu de grande parte da população e líderes cristãos.

"Eu só quero dar glória a Deus. Seu povo se uniu e vocês são um povo forte. Nós servimos a um Deus vivo que sabe onde todos nós estamos. Basta manter-se em oração, não desistir, porque Ele está aqui. Ele é digno. Eu amo vocês. Muito obrigado", disse Davis às pessoas que a apoiaram, junto ao candidato presidencial do Partido Republicano Mike Huckabee e um de seus advogados, Mat Staver.

O juiz distrital David Bunning ordenou a libertação de Davis na terça-feira (8) pela manhã, depois que se convencer convencido de que as licenças de casamento aos casais do mesmo sexo não estão mais sendo negadas.

Segundo o jornal 'Daily Beast' o escritório alterou as licenças de casamento para remover o nome de Davis destes documentos na última sexta-feira (4) e Bunning em seu pronunciamento, disse: "a sanção anterior deste Tribunal de Justiça contra Davis está suspensa".

"Em 03 de setembro de 2015, o Tribunal de Justiça condenou Kim Davis por desacato e a prendeu por sua recusa em emitir licenças de casamento, diretamente ou através de seus vice-funcionários, contrariando a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em Obergefell v. Hodges", observa a ordem.

"Depois de manter Davis sob custódia dos Estados Unidos, cinco de seus seis vice-secretários declararam sob juramento que iriam cumprir a ordem do Tribunal e emitir licenças de casamento para todos os casais legalmente elegíveis", continuou.

Bunning notou que um relatório de status que mostra que o gabinete do secretário está agora cumprindo a lei de emitir licenças de casamento para casais do mesmo sexo e solicitou liberação de Davis.

"Em 08 de setembro de 2015, os Peticionários apresentaram um relatório de status à ordem do Tribunal. De acordo com o relatório, os Peticionários obtiveram licenças de casamento do Gabinete do Secretário do Condado de Rowan. O Tribunal considera, portanto, que o Cartório de Rowan está cumprindo a sua obrigação de emitir licenças de casamento para todos os casais legalmente elegíveis, consistentes com a participação da Suprema Corte dos EUA em Obergefell e deste Tribunal em decisão de 12 de agosto de 2015", observou ele.

Ao libertar Davis da prisão, o tribunal ordenou que "Davis não deve interfira de alguma forma, direta ou indiretamente, nos esforços de seus vice-funcionários para emitir licenças de casamento para todos os casais legalmente elegíveis".

Se ela contrariar tal ordem, pode ser acusada de violação e as "sanções adequadas serão consideradas" novamente.

Para garantir que a ordem está sendo cumprida, os cinco vice-escriturários do escritório também foram obrigados a apresentar relatórios de status a cada 14 dias.

A prisão de Davis provocou um clamor nacional e muitas pessoas realizaram manifestações em dois locais, na última segunda-feira (7): em frente à casa do juiz Bunning e em frente ao centro de detenção onde a escriturária estava presa.

"Seus espíritos permanecem elevados", disse Horatio Mihet, um dos advogados de Davis. "Ela foi às lágrimas quando soube que tantas pessoas estão do lado de fora da prisão e em todo o país, orando por ela".

Mihet disse que estava "disposto a ficar nesta cadeia o tempo que fosse preciso para que Davis reconquistasse seus direitos constitucionais, não só para ela, mas para os americanos de todas as religiões".

Na última terça-feira (8), o candidato presidencial do Partido Republicano Mike Huckabee tinha em sua agenda, uma visita a Davis na prisão.

 

 

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